Ia responder ao ultimo post da Ines, mas ia ficar tao comprido que resolvi postar aqui. Ela perguntava sobre a Pascoa na familia dos seus leitores. Eu, como leitora, respondo…
Olha, o nosso nucleo familiar é catolico nao-praticante (mamae) ou ateu (todo o resto), entao Pascoa sempre significou soh feriadao mermo. Vovoh nos ultimos anos passou a dar caixas de bombom Garoto em vez de ovo, que custa muito, e a caixa amarela da Garoto é tudo na vida, né nao :) Mas pra mim qualquer cacau basta, até cigarros de chocolate Pan. Tem cacau, eu to topando.
Esse negocio de nao comer carne nunca vingou lah em casa. Eu e meu irmao, além de ateissimos, somos carnivorissimos, e se nao tiver um bichinho morto e cozido na mesa parece que nao comemos. Alias, é uma das coisas de que sinto mais falta aqui na Italia, além do maracujah: nao ter carne em todas as refeiçoes. Mas voltando à Pascoa, aqui neguinho leva a sério a coisa. Outro dia a Nicoletta, ex-estagiaria ali do escritorio, tava comentando com a Martinha que tinha que sair mais cedo pra comprar presunto cru pro jantar. A Marta, toda séria:
– Ma è vigilia, Nicoleeee (esqueceram que aqui apelido é o nome pronunciado até a silaba tonica?).
Eu, monga:
– Ma vigilia di che cosa…?
As duas, horrorizadas, me explicando que do Carnaval até a Pascoa nao se come carne às sextas-feiras. Quase perguntei pra que servia essa restriçao alimentar, se mudava o mundo, ou as mandava mais perto de Deus, ou se fazia bem pra saude, mas achei melhor nao. Nem todo mundo precisa saber o quanto eu odeio e desprezo toda e qualquer tradiçao religiosa.
Po, neguinho aqui jah come pouca carne, se ainda ficar proibindo a bichinha em determinados dias da semana, acaba rolando um certo tédio alimentar, na minha humilde opiniao.