coisitchas

Vou custar a escrever sobre a viagem. Preciso de tempo pra editar e uploadear fotos e pra lembrar de um monte de coisas. Enquanto isso vamos às frugalidades, que eu adoro:

O tempo aqui está uma merda, como era de se esperar. Chove o tempo todo, minhas plantas sobreviveram bravamente ao excesso de água e continuam lindas, tenho pilhas quilométricas de roupas pra lavar (e depois passar), mas com esse tempo nada seca, tudo fica com cheiro de cachorro molhado. Já fiz o maldito cambio stagione, ou seja, já levei as roupas de verão, devidamente guardadinhas em malas, acompanhadas de sabonetes da Natura, lá pra garagem. Já subi as roupas de inverno, as botas, os casacos. Hoje já fui ao banco, aos correios, ao banco de novo, ao fruttivendolo comprar verduras e legumes e frutas, à peixaria comprar peixe pro almoço de amanhã. Já limpei a sala, que ontem não consegui terminar. Já estendi roupa, na esperança que seque. Já carreguei a máquina de lavar roupa outra vez, a milésima vez. Já troquei os lençóis. Já lavei os cabelos. Já organizei documentos e faturas. Já dormi uma horinha de nada no final da tarde. Já terminei Dois Irmãos, de Milton Haum (adorei), e já vou começar O Vendedor de Passados. Já descongelei e limpei o congelador e a geladeira, finalmente! Agora estamos indo ao Ipercoop fazer compras e repôr os estoques. Amanhã vou trabalhar na oficina, porque a Elisabetta ainda não voltou da licença pra tirar um nódulo sinistro da garganta, causado por uma pronúncia errada da vogal e.

A praga do momento são os percevejos. Aqueles mesmos, famosos pelo fedor vingativo após um cruel esmagamento. A diferença é que os daqui quase não fedem, ou não fedem at all. Mas são UM PORRE. Bichinhos burrésimos, que entram em casa não se sabe por qual motivo, voam que nem a cara deles e, uma vez caídos de barriga pra cima, são incapazes de se levantar outra vez. Morrem todos assim, pateticamente, esperneando. Minha varanda está coberta de pequenos cadáveres verde-radioativo, que depois a chuva se encarrega de levar embora. Vários deles já foram parar no saco do meu aspirador de pó, porque alguns infelizes morrem dentro de casa e, quando não são esmagados por um pé desatento, eu termino por aspirar mesmo.

Legolas ganhou biscoitinhos de couro pra cachorro e uma roupa que ficou meio justa, mas, sendo de lã, vai acabar cedendo. Tava meio sonolento quando chegamos pra visitá-lo, mas abanou a bunda como sempre, antes de pegar o biscoito da minha mão e ir se aboletar na sua caminha outra vez.