bambini

Eu e Mirco temos, obviamente, muitas coisas em comum, mas uma delas é a criancice em relação a comprar coisas. Adoramos fazer compras, por mais idiota que seja a coisa comprada. E ficamos desesperados pra voltar logo pra casa, abrir o pacote, ficar olhando, lendo o manual de instruções, se houver, ou qualquer coisa que esteja escrita na caixa. Normalmente não sossegamos enquanto não montamos a tal coisa, a testamos e, dependendo do que for, fazemos uma foto.

Pois então: hoje fomos cedo pra oficina e só fomos almoçar às duas e meia da tarde. Enquanto eu cuidava do almoço e ao mesmo tempo recolocava as plantas na varanda, com a esperança de que o vento pare de encher o saco, o Mirco foi cuidar das novas compras. Espalhou as folhinhas do pot-pourri cheiroso pela casa, guardou os apetrechos de cozinha, botou os lençóis novos pra lavar, pendurou os ganchinhos pro secador de cabelo no banheiro. Só ainda não deu pra prender o porta-revistas na parede aqui do escritório, porque esquecemos de trazer a furadeira da oficina. O bicho tá ali me olhando, pedindo pra ser montado. Coitado, mal sabe ele que nessa casa não há revistas, e que ele irá segurar basicamente pastinhas com documentos e coisas pendentes.

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Ando morrendo de vontade de comprar uns dicionários. Adoro dicionário. Qualquer um, até búlgaro-nepalês. Acho dicionário uma das coisas mais interessantes na face da terra. Meu Zingarelli gigante, que ganhei de prêmio em um concurso idiota no Consulado Italiano há três anos, eu deixei no Rio. Aqui comigo só tenho um Oxford, um de italiano do Mirco MUITO velho, e várias daquelas porcarias Michaelis de bolso. Já fui na Libreria Grande catar, mas eles só têm porcaria. Aí agora estou morrendo de vontade de dar um pulo em NY pra tomar de assalto uma livraria e voltar com uma mala abarrotada de livros e dicionários.

Vocês têm essas compulsões malucas assim também ou sou só eu?