uhuuuu

Pega-pra-capar ontem na casa da Suely Maria.

Eram umas quinze pras onze, já tínhamos visto E.R. e eu estava vendo a sátira ao Grande Fratello no canal 6. Levantei pra pegar um copo d’água e escutei uma gritaria lá fora. Pensei que fosse alguém falando no celular no corredor, porque só ouvia uma voz, de homem. Abri um pouco a porta da sala e entendi que os gritos vinham da casa da minha digníssima (cof cof) vizinha brasileira. Era o seu digníssimo (cof cof) companheiro, aquele que fuma no elevador e tem cara de bêbado/cafetão, e que eu não tenho idéia de que trabalho tenha porque seu carro, uma Audi TT ridícula pra um homem da idade dele, está eternamente estacionado aqui na frente do prédio. Enfim, era ele quem gritava, ou melhor, falava muito alto, mas educadamente, sem palavrões, sem baixarias. Dizia que ela era uma mulher como todas as outras, uma pessoa normal, como ele, e por isso tinha que parar de se achar (quase bati palmas nessa hora). Eu também não sei o que ela faz da vida, porque está sempre em casa, ouvindo música italiana chata ou aquela mala da Adriana Calcanhoto. Quando sai, é toda emperiquitada, estilo calça da Gang, obviamente por dentro das botas brancas. Dirige um velho Escort branco conversível, com uma Árvore Mágica tigrada (Perfumes Africanos) pendurada no retrovisor.

Bom, sei que o assunto não saía disso, ela choramingava e dizia alguma coisa que eu não conseguia ouvir e ele continuava na lenga-lenga. Ouvi o escrotão dizendo que ela teria que começar a pagar o aluguel e as contas – lembram que assim que ela se mudou pra cá eu disse que tudo tinha a maior pinta de que ela não pagava nada? Enfim, non sono cavoli miei, mas que fiquei curiosa, fiquei. Só não fiquei com pena dela porque 1) o cara em nenhum momento disse palavrões ou falou que ela era isso ou aquilo; 2) ela é absolutamente nojenta e mais vulgar que uma cubana, e por mim se saísse do prédio, melhor ainda, do continente, me faria um favor.

Fui dormir e sonhei que estava sendo perseguida por suíços nas entranhas do metrô do Rio, que tinha estações que eu nunca ouvi falar, com nomes muito estranhos. Não foi a primeira vez, mas acho que nesse caso tenho uma explicação: Asterix entre os Helvéticos foi a última coisa que eu li antes de dormirl.