O escândalo da semana é uma enfermeira que matou não sei quantos pacientes com injeção de ar, “pra se sentir importante”. A mulher é deprimida há anos e toma vários psicotrópicos, e a questão agora é quem diabos deixou uma pessoa tão psicologicamente instável trabalhar com pacientes terminais. Claro que a criatura não dava nenhum sinal de instabilidade e por isso ninguém é culpado de não ter percebido; ela que não é boba de preencher formulário pedindo emprego respondendo “sim” a perguntas do tipo “Você é deprimida? Sofre de instabilidade emocional grave? Faz uso de psicotrópicos? Foi você quem fez a sua mala? Já fez parte de grupos terroristas?”.
Toda hora rola uma história estranha desse tipo por aqui. Mãe que mata filho, marido que mata a mulher, neto que mata a avó, primo que mata a namorada, noivos que pulam juntos da janela e morrem abraçados. A criminalidade dita “normal”, aquela que conhecemos bem no Brasil, fica quase sempre por conta dos imigrantes. Os assassinatos entre clãs mafiosos no sul praticamente não são problema de ninguém, só da máfia mesmo, a não ser que você dê muito azar de estar no lugar errado na hora errada, ou então de se parecer com alguém que está com os dias contados. Mas essas maluquices, esses crimes passionais, esses suicídios de adolescentes, são coisas de italiano dramático mesmo. E a mídia adora, e o público adora, e fica remoendo essas histórias hediondas por meses a fio. Ô gente pra gostar de um dramalhão mexicano!