Eu fico sempre tão impressionada quando vejo essas notícias de tufão, terremoto, ciclone, alagamentos. Tudo isso é tão completamente fora da minha realidade que me assusta de um modo incrível. Não tenho idéia de como reagiria se me encontrasse em uma situação semelhante. A Umbria é zona altamente sujeita a terremotos, o que torna muito caro construir qualquer coisa aqui, já que é obrigatório ter um esquema antisísmico e coisa e tal. Mas eu nunca testemunhei nada, a não ser um ridículo tremor uma vez, enquanto estávamos na fila do cinema. Ninguém mais sentiu e eu nem comentei nada porque achei que fosse impressão minha, mas dias depois vi uma notinha no jornal local mencionando o minitremor.

Nessa época do ano há milhares de italianos passando as férias na parte da Ásia atingida pelo terremoto/maremoto. Roberto, amigo nosso, em teoria partiu hoje pela manhã pra Tailândia, mas a essa altura do campeonato já não sabemos mais se foi ou se está plantado no aeroporto, esperando sabe-se lá o quê. Quando acontecem essas coisas, o Ministério do Exterior se mobiliza rapidinho e é possível saber, se necessário, os nomes de todos os cidadãos italianos que estão no local atingido. Entra-se em contato com as agências de viagens e tour operators, disponibilizam-se números de telefone pra falar diretamente com o Ministério, e quem está por lá e consegue dar notícias de alguma maneira, acaba na TV: acabo de ouvir uma entrevista com um fulano que foi passar a lua-de-mel nas Maldivas e acabou abrigando-se com a jovem esposa no teto de um bungalow, de onde mandava SMS pra assegurar a família de que está bem, apesar do rio de lama que corre lá embaixo. Já pensou que maravilha? Onde você passou a sua lua-de-mel? No teto de um bungalow, nas Maldivas, durante o quinto maior terremoto do planeta. Muito romântico.

Eu tô brincando, mas não consigo nem imaginar o horror de passar por uma situação dessas. Pior ainda é pensar que esse tipo de coisa acontece sempre em lugares miseráveis, como o fodidíssimo Bangladesh.