portuguêish

A minha turma de português é muito legal. É um casal jovem, ela grávida de três meses, que tem família em São Paulo, e uma menina muito legal, formada em línguas (alemão e inglês), com um namorado que adora o Brasil e uma grande curiosidade por línguas ocidentais.

É muito engraçado porque a Elisa, formada em línguas, tem obviamente mais facilidade, mas os outros dois, que já foram várias vezes ao Brasil, sabem um monte de palavras soltas (para com isso, vem cá, que saco, olha lá, hein, ih, alá!) e têm mais intimidade com a pronúncia. Que é, aliás, o fator mais desencorajante pro estrangeiro que aprende português. Até neguinho acostumar que Ronaldinho se diz Rronaudjinhu, menina do céu, que sofrimento. Passam a aula toda suspirando, um corrigindo o outro, é antchigo e não antigo, é mininu e não menino, é carro e não carru, e por aí vai. Quando eu li em voz alta um trecho que dizia “eu gosto de dirigir” eles quase infartaram. Djidjirigí? Que raio de verbo é esse?

Mas eu me divirto. E me emociono também, porque escutar alguém se esforçando pra falar a sua língua tão difícil, fazendo força pra pronúncia sair direito, e no final acabar falando igualzinho à Huňka, não é mole. Tem horas que morro de vontade de chorar.