trabalhar e trabalhar

Voltei a dar aula hoje na fábrica de rolamentos pra aviões, a empresa mais sofisticada e mais american-like da província, quiçá do país. Gente muito profissional mesmo, uma empresa que aposta nos funcionários, que dá valor ao que tem. Só não é mais legal trabalhar com eles, ainda que indiretamente, porque, convenhamos, rolamento pra avião não é a coisa mais maneira do mundo. Robertinha tá em Torino trabalhando na Ferrero, e mesmo estando na área de marketing do chá gelado em vez do chocolate, tenho certeza que tudo lá é muito mais interessante.

Os meninos pra quem dou aula vão passar um período nos EUA estudando inglês e depois aperfeiçoando os conhecimentos técnicos na empresa do maior cliente deles. São muito jovens, os três, e muito engraçados. As aulas são superdivertidas. E reconhecem que a situação deles é completamente anormal no atual contexto italiano, onde ninguém mais assina a carteira de ninguém, funcionário nenhum tem direito a porra nenhuma, e não ganha nem meio panetone de Natal. Essa dicotomia profissional lembra muito o esquema Belíndia do Brasil, né? Tô falando que eu tô no interior do Zaire…