strange school

Estou cheia de alunos adolescentes. É o final do terceiro quadrimestre na escola (foi assim que me explicaram) e tá todo mundo correndo atrás das notas baixas em inglês. Então chegam todos desesperados, mostrando “compiti in classe” que devem preparar pra próxima semana (deveres de casa que devem ser corrigidos em aula) e outras coisas que não entendo. O sistema educacional por aqui é incrivelmente confuso. As crianças levam pra casa uma quantidade industrial de dever, e também há um sistema muito complexo de provas orais e escritas, notas pra dever de casa e dever feito durante a aula, redações e diálogos a ser lidos em voz alta. Quanto mais me explicam, menos entendo. Pra mim é bom, porque trabalho não falta, e ainda me divirto com os jovens botenses e seus delírios escolásticos.

Eu só não entendo duas coisas: como eles escrevem mal, vixe!, ninguém sabe pegar na caneta direito e a caligrafia é invariavelmente redondinha, cafona, com L gordas que se confundem com outras letras, As que são bolinhas com um rabinho mal grudado, muitos escrevem em caixa alta; e TODOS escrevem de caneta. Vocês já viram alguém fazer exercício de caneta? Se erra, pra corrigir tem que rabiscar, ou, pior, escrever por cima mesmo e fingir que é compreensível. Um lapisinho básico não, né? Os livros são detonadíssimos; pra mim, que não escrevo nada nunca em livro nenhum, é de cortar o coração ver todos aqueles rabiscos esferográficos cobrindo as páginas dos coitados.