E hoje, do nada, resolvemos ir a Roma. Ontem à noite Gianni ligou pro Mirco perguntando se topávamos acordar cedo pra ir a Roma ver o Museu do Vaticano. Era uma coisa que estávamos querendo fazer há muito tempo, porque o Mirco não visita o museu há seis anos, e Gianni e Chiara também não viram ainda a Sistina depois da famosa restauração. Então acordamos às seis e meia, tomamos café com calma e às sete e quinze eles passaram aqui pra nos pegar. Como hoje rolava proibição de circulação de veículos poluentes, não tinha trânsito ne-nhum na cidade, e pudemos ir direitinho até o centro (o carro do Gianni é novo, Euro 4, teoricamente não poluente) e largar o carro em frente à casa da tia solteirona do Gianni, que mora a dois quilômetros do Vaticano, che le piasse un vomito.
Em algum ponto do Viale Angelico paramos pra comprar croissants e tortinha de Nutella naquela padaria estranha e subterrânea que eu e Valeria descobrimos acidentalmente naquele longínquo novembro de 2001, lembra, amigaaaaaa? Comei uma crostatina à sua saúde. Lembra que sentimos o perfume de pão na rua, olhamos pro lado e vimos a fila que chegava até à entrada da escadaria, na rua? Lembra que compramos brioches pra comer no lugar daquele pão maldito cascudo e sem sal que nos davam no albergue? Lembra que eu perguntei como se chamava a tortinha, e a atendente gritou “crostatina” mas eu não consegui entender por causa da confusão e porque não conhecia a palavra? Que diliça :))))))
Continuamos pelo Viale Angelico às moscas e quando avistamos os murões gigantes do Vaticano subimos a ladeira e fomos seguindo as placas até chegar na porta. Só queeeeee… Nós quatro, seres civilizados, jamais poderíamos imaginar que um museu da importância do Vaticano estaria fechado aos domingos, e não nos demos ao trabalho de conferir o horário na internet. E demos de cara com a porta fechada. Nós e tantos outros turistas indignados. Mas tudo bem, é impossível entediar-se em Roma, então pegamos o caminho da roça e fomos pra São Pedro mesmo. Gianni e Chiara, carolíssimos, queriam porque queriam ver a tumba do Papa, e lá fomos nós encarar a fila, que felizmente andava bem rapidinho, pra ver a tumba mais boba do mundo.
Sou mais aquela toda egocentricamente decorada com mosaicos. Eu acho assim, se é pra ser enterrado, faz logo uma tumbona fashion, senão é melhor cremar, né não? Mas enfim, tem gosto pra tudo, e depois da tumba resolvemos subir na cúpula, coisa que só eu já tinha feito antes. Chegamos lá em cima vomitando as tripas de tão sem fôlego depois dos 350 degraus pós-elevador, mas, como sempre, a vista vale a pena. Vamos lá, repitam comigo o mantra: Roma é tudo na vida, Roma é tudo na vida, Roma é tudo na vida…
TUCO E HUNKA, SE VOCÊS NÃO VIEREM LOGO VER ESSAS COISAS COMIGO EU VOU FICAR DE MAL.
Milenar técnica japonesa de tiração de foto.
Pra recuperar o fôlego, fomos assistir à missa do meio-dia e quinze. Posso dizer muito chiquemente que a primeira missa da minha vida foi no Vaticano! :P Ô coisa chata, socorro! E tinha um padre novinho que pelas pausas completamente erradas e pelo sotaque bizarro era quase certamente brasileiro. O coro que cantou umas ave-marias era DIVINO eu ADORO coros, e logo lembrei daquele que vimos em Santa Maria Maggiore, lembra, Valerrí de Parrí, aqueles meninos ingleses que estavam no nosso albergue e encontramos no ônibus indo pra igreja cantar, e choramos feito duas bebezonas porque era realmente lindo demais?
Depois da maldita missa chatona fomos almoçar pizza num café na Via Giulio Cesare (a Ane tinha recomendado uma trattoria mas ninguém tava com vontade de sentar pra comer, senão o sono acabaria nos vencendo), e dali resolvemos bater mais perna indo até a Piazza di Spagna pela Via del Corso (Valeriaaaaaaaaaaaaaaaa!) e depois virando na Condotti pra ver os japoneses atacando a Prada e a Louis Vuitton. Paramos na Furla pra comprar um anel bonitão na liqüidação (na mesma Furla onde comprei aquele anel divino com perolinhas que você escolheu pra mim, Lulu), comprei um chaveiro de galinha lindinho, fotografamos esse cachorro delicioso do dono da loja que dormia com a cabeça por baixo do balcão e ficamos vendo a cabeçada passar. Quando cansamos, pegamos o metrô Spagna e descemos novamente em Ottaviano, fomos visitar a tia do Gianni que é a maior figuraaaaaa, e voltamos pra casa.
Precisamos fazer esses programas mais vezes…
p.s.: As fotos ficaram horríveis porque o tempo tava feio e o Mirco tava sem paciência pra ajustar a máquina direito. Foi mal aê.