Acordamos cedo, passamos na oficina pra largar a Uno porque alguém podia precisar, e nos mandamos pra Ciampino. O tempo tava feio por essas bandas, e quando paramos no centro de Ciampino (ô cidade feia!!!) pra comprar umas focaccias pro almoço no avião, o vento soprava terrivelmente. Mais tarde melhorou um pouco. O vôo com Tio Ryan partiu no horário, como sempre, e chegou em Eindhoven dez minutos antes, como sempre. Aterrissamos na parte nova do aeroporto, que ainda não tínhamos visto no ano passado descemos na parte velha que mais parece um quiosque, e dali pegamos o carro alugado pra ir a Düsseldorf, lembram? Dessa vez esperamos uns dez minutos ali em meio a toda aquela luz, a todo aquele metal reluzente, admirando a arquitetura e a simplicidade das linhas, esperando o Rob.
Fomos direto pra Rotterdam e encontramos a Stefania em casa preparando as coisas pro grupo de aula de cozinha que chegaria logo depois. Eles fizeram uma bela reforma em casa, e agora a cozinha é um ambiente único com a longa sala de jantar/estar/televisão. Atualmente a Stefania está atacando em 4 fronts diferentes: dá aula de cozinha, cozinha take-away, faz catering e ainda por cima a sala de jantar funciona como um microrestaurante. A cozinha ficou linda e quem vem pra jantar fica encantado, não só com a atmosfera rústico-italiana mas principalmente com o menu, todo rigorosamente feito a mão: ravioli com recheio que pode variar de cogumelos ao tradicional ricota e espinafre, frango ou lombinho de porco em receitas sempre muito delicadas, refogadão de pimentão ou berinjela, tiramisù ou torta de maçã, uma garrafa de vinho. Logo depois que nós chegamos um grupo apareceu pra ter aula, e ficamos assistindo. É muito engraçado ver aqueles homões enormes vestindo avental laranja, lutando com a faca afiada pra cortar tomatinhos ao meio, descascar alho, misturar a carne moída com os temperos pra rechear as coxas desossadas de frango. O curso dura umas três, quatro horas, e depois todo mundo come o que cozinhou, lógico.
Eu e Mirco, que estávamos morrendo de fome porque afinal focaccia al rosmarino não é almoço nem aqui nem na China, fomos com o Rob comer pizza no O Pazzo (Mariniersweg 90). A pizza estava ótima, mas o ambiente é realmente maluco como diz o nome: o forno a lenha é coberto de mosaicos brilhantes pra formar um polvo gigante, e a boca do forno é a boca do polvo; no meio do salão, uma árvore com tronco e ramos cobertos de escamas prateadas que, ao chegar mais perto, vê-se que são velhas moedas de liras italianas; no banheiro, canto gregoriano tocando. Um lugar muito esquisito, mas a pizza era muito boa. E depois não tivemos forças pra fazer muito mais não; voltamos pra casa, batemos um papo rápido com o Rob e fomos dormir antes que os hóspedes terminassem de comer.