Ontem fomos jantar com os meus ex-alunos, os Três Mosqueteiros, lembram? Bom, na verdade primeiro fomos visitar a Mosqueteira Flavia, que está se recuperando de um pós-parto complicadíssimo e não pode botar os pezinhos fora de casa. Rimos muito com o filho mais velho, Francesco, que apareceu na sala vestido de legionário. Perguntamos quem ele era, e estávamos todos esperando algo tipo Maximus, mas ele vem com “Ettore, quello di Troia”, e nós aaaaaaaaaaah! Ele continuou falando de personagens históricos, da Ilíada, da Odisséia de Ulisses, de Orlando Furioso, e todos nós de boca aberta, porque afinal o garoto só tem cinco anos. Ainda recitou a fala final do Aragorn em um dos filmes, com espada na mão e tudo (espada cujo nome ele sabia, by the way). Depois desse choque cultural, fomos jantar num restaurante que o Spartaco tinha reservado, com um nome cafonissimo, La Locanda dei Golosi. O lugar fica meio lá nos cafundós, pros lados da FeRnanda, e é elooooooorme. Nosso garçom era um gordo fedorento que faz aula de informática com o Spartaco, e mais um adolescentão bonitinho e educado. Levamos horas pra ser servidos, com toda aquela gente, e ainda levamos esporro por conta de umas crianças incrivelmente mal educadas que ficavam torrando a paciência dos garçons, coitados, que passavam abarrotados de pratos e bandejas pra lá e pra cá. Não adiantou explicar que os filhos não eram nossos; estavam perto da nossa mesa, então eram de nossa reponsabilidade moral.
Fora a incrível dor de garganta que senti mais tarde, por ter dado tanta aula a semana inteira e ter me esgoelado pra me fazer ouvir no restaurante lotado, o jantar foi muito legal. Os meninos são ótimos, as esposas idem, todo mundo gosta de viajar, todos são organizadinhos e certinhos e enlouquecem com a incompetência italiana, enfim, rola uma grande compatibilidade. O papo foi ótimo e demos muita risada. Chegamos em casa revigorados.