E ontem teve outro jantar maneiro. Dessa vez fui sozinha, com o pessoal do curso de narrativa que fiz em Perugia em novembro passado. A mailing list do curso é muito movimentada, e o pessoal que mora aqui no interior do Zaire resolveu combinar de se encontrar de pessoa. Aqui da vallata tinha eu e a Laura, que é napolitana mas mora em Tordandrea; tinha Arturo, outro napolitano, e Maurizio, ambos de Gubbio, e Matteo e Livia, que vieram de Veneza. Mais tarde apareceu a outra Laura, que é de Rovigo mas mora em Perugia e é superfã da Newlands, além de ser um amor de pessoa, e a louca ensandecida da Monique, belga naturalizada italiana, amiga do Arturo. Jantamos no Dal Mi’ Cocco, trattoria tradicional de Perugia, que serve pasta fatta in casa, tem cardápio (hilário) escrito em dialeto perugino e coisa e tal. Como eu tinha almoçado três pedaços gigantes de torta al testo com duas lingüiças e mais tanto de queijo e lombinho defumado na casa da mãe da Michela, não estava com a mínima fome e nem curti tanto assim o jantar. Mas a serata foi muito legal, respiramos cultura (hohoho) e sobretudo rimos muito. Como é bom conversar com gente que gosta de ler :))))) O jantar bizarro teve direito inclusive a garçom intelectual, que, ao ouvir a Monique dizer que os belgas eram mais machos que os franceses, exclamou, enquanto servia as tagliatelle:
– É, mas Vercingetorix é Vercingetorix, né. Teve todo aquele lance de Alesia e tal.
As opiniões gerais sobre a minha pessoa foram unanimamente duas: minha saia de tweed da Animale é um escândalo de linda, ao ponto que até os meninos repararam, em momentos diferentes, e eu sou interessante de-más pra não escrever algo de decente e participar de algum concurso de literatura. A julgar pelos primeiros prêmios que muita porcaria anda ganhando por aí, I stand a good chance. Vamo esperar passar esse período de provas na faculdade, né, lindos. Depois quem sabe eu me aventuro.