la stalla

E à noite jantamos, como sempre, com Marco e Michela. Não sabíamos aonde ir, e eu sugeri o La Stalla (literalmente, O Estábulo), lugar do qual já tinha ouvido muito mas que eu não conhecia. Fica no que era efetivamente o estábulo de um grande casolare antiguérrimo na subida pra Assis. Na casona funciona um hotel, e o La Stalla é o restaurante do hotel. O menu é totalmente típico e rústico e eles são famosos pela torta al testo assada nas cinzas, como naquele pé-sujo de Gubbio aonde fomos com a Roberta na Festa dei Ceri do ano passado. O pessoal aceitou a sugestão e fomo-nos.

O lugar era realmente uma estrebaria, socorro. No meio da sala principal, a “churrasqueira” gigante onde antigamente funcionava a lareira monstruosa, daquelas nas quais você pode entrar e sentar em meio ao fogo, se quiser. Por sorte nos colocaram numa sala lateral onde não fomos defumados e com um pouco mais de calma pro bebê Alessandro. A comida demorou um pouco pra chegar, mas quando chegou… Eu pedi uma torta com prosciutto logo de cara. Normalmente não gosto do prosciutto sem queijo, mas pedi como prato principal um formaggio al coccio, ou queijo na tigela de barro: gruyère (que aqui chamam groviera), caciotta, fontina e scamorza, todos queijos que eu amo, derretidos juntos com uma colherada de vinho branco na tigela de barro, na brasa. Acabou que veio a torta antes e eu acabei comendo sem queijo, mas olha, vou te dizer, tanto a torta quanto o prosciutto tavam DI-VI-NOS. O queijo chegou com o acompanhamento de uma batata assada nas cinzas, coisa de louco. E de sobremesa, porque eu não sou de ferro, um creme de café feito lá mesmo, maravilhoso. Os meninos comeram carne na brasa e se fartaram. As lingüiças tavam com uma cara ótima mesmo. Ninguém comeu massa porque todo mundo come na casa da sogra no almoço e quando tem tagliatelle fatte in casa todo mundo acaba repetindo, então no jantar tem que se controlar um pouquinho. Mas gostamos do lugar e vamos voltar. Na próxima vez vou pedir um primo. As receitas são todas supernormais – carbonara, ragù, gnocchi com abobrinha – mas se tudo é feito lá mesmo e não industrializado, deve ser o ó.