bom!

Pra compensar a malona, hoje aconteceu uma coisa legal: falei no telefone com a mãe da Chiara, uma das minhas alunas preferidas. Tem uns 15 anos e é uma espoleta; fala pra caramba e conhece a cidade inteira. Tem as suas teorias malucas em relação às incongruências do inglês (que eu sempre rebato com as maluquices do italiano) e nossas aulas são muito divertidas. Ela começou a fazer aulas particulares de inglês porque estava com um débito formativo na escola – não me perguntem como isso funciona, mas você pode passar de ano mesmo ficando pendurada em algumas matérias. Sua média era 4,5 e no primeiro dia de aula a mãe veio falar comigo, dizendo que era uma missão impossível porque a filha não era boa aluna e coisa e tal. Veremos, respondi. Fizemos duas aulas de uma hora por semana por duas semanas antes da primeira prova na escola. Tirou 5,5 e ficou toda contente; eu achei uma merda de nota. Continuamos normalmente com nossas aulas, fazendo os deveres de casa juntas, tirando dúvidas, eu dando exercícios extras. Mais uma prova, e um 6. Na última prova tirou 7, e por isso a mãe quis falar comigo no telefone. Agradeceu um milhão de vezes, disse que a professora da Chiara na escola anda sorrindo de orelha a orelha, que nunca viu uma recuperação tão rápida (e eu achando tudo lento e insuficiente…), e que eu fiz um milagre. Aí eu me irritei porque a Chiara é uma garota inteligente e que faz aquela lenga-lenga toda mas na verdade gosta de inglês, me faz as perguntas certas, suas dúvidas nunca são idiotas, tem boa memória pra vocabulário. A mãe insistiu dizendo que o mérito era meu porque só um bom professor consegue botar algo na cabeça de aluninho ralé. Achei um modo terrível de falar da filha, mas fiquei quieta. De qualquer maneira, é muito bom ouvir essas coisas :)