Hoje é feriado, dia da República. Mirco foi trabalhar assim mesmo, mas eu e mamãe pulamos o muro da obra e passamos a manhã no apartamento em construção, com metro e planta e lápis na mão, tentando decidir como melhor mobiliar a casa. O esquema de construção aqui é completamente diferente: você não vê ninguém trabalhando nas obras e pensa que é tudo abandonado, mas os prédios sobem rapidinho, apesar da complicada estrutura antisísmica obrigatória por lei. Não sei como fazem, até porque já não entendia nada disso no Brasil, lógico, então não tenho pontos de referência. O bombeiro marca os pontos de água e esgoto na parede de tijolos com uma lata de spray. Quer o bidê aqui ou ali? Posso botar o fogão aqui ou quer mais pra lá? Se você escolher um box de um metro por setenta, vai chegar até aqui, ó (sprayzada), tá bom? Acho muito prático. E realmente gostei desse bombeiro, que é muito baixinho, o que me dá um certo nervoso, mas é um amor: educado, disponível, e sobretudo paciente e cheio de boas idéias. Foi uma manhã bem produtiva, e o dia acabou cedo porque amanhã saio de madrugada pra levar mamãe ao aeroporto.