ovelha negra

Estou cheia de alunos novos. A maioria são estudantes que precisam recuperar um débito escolar em inglês – estão com notas baixas que precisam ser recuperadas pra não repetir o ano. Normalmente é um saco trabalhar com adolescentes porque são uns debilóides que não querem nada da vida. Mas essa semana apareceu uma surpresa: uma menina de Roma, que passa o verão perto de Foligno na casa dos avós, com os cabelos revoltos, maquiagem zero, Birkenstock nos pés, ombros largos de jogadora de vôlei, pasta do South Park. Os pais a estão mandando pra um buraco em Oklahoma em setembro pra um intercâmbio de 6 meses, e o pai, professor de italiano em Roma, quer que ela dê uma refrescada no inglês. A garota é muito interessante! Completamente fora dos padrões, observadora, inteligente, e, coisa completamente anormal nesse país de zumbis, interessada e louca pra ir estudar fora! Batemos altos papos e acabei aprendendo mais do que ela, tenho certeza. Me explicou de modo muito claro o ridículo sistema educacional italiano, que o pai (e a mãe, que também ensina) abomina, explicou por que não aceitou a proposta de ir jogar vôlei profissionalmente em um time juvenil aos 13 anos, e outras coisas mais. Graças aos céus de vez em quando me aparecem essas criaduras salvadoras! Porque ter só aluno burro é de matar.