Estávamos com desejo de McDonald’s, mas resolvemos nos controlar e ir jantar no Brilli Bistrot, que já foi nosso restaurante preferido. Erro muito grave: os preços subiram vertiginosamente nos últimos três anos, os melhores pratos sumiram do menu, as sobremesas deliciosas desapareceram, deixando no seu lugar umas mousses industriais horrorosas. A única coisa que não mudou foi a proprietária, uma chata de galochas que só se veste de preto esvoaçante e adora dar espetáculo preparando a maionese na hora, numa mesinha plantada no meio do restaurante, e batendo a colher na tigela de vidro de modo a fazer o maior barulho possível. E depois, cerejinha no chantilly, ela pega uma colherzinha de maionese, ou de tartar, ou do que estiver encenando, e dá na boquinha do cliente pra ver se ficou bom. SOCORRO!

Hoje ela estava empolgadíssima porque aparentemente tinha um casal de amigos dela jantando. Então começou o desfile de pratos: camarões gigantes da Sicília, ostras da Normandia, pimenta francesa com “carteira de identidade”, sal de Guérande (esse é bom pra cacete, tenho que admitir – aparentemente sal é só sal, mas esse tem alguma coisa de particular), macarrão feito à mão (cof cof) em Nápolis, e por aí vai. Uma papagaiada tão grande que de tanto segurar o riso eu e Mirco nos engasgamos com o pãozinho feito em casa (que é uma delícia, ainda mais com azeite extravirgem das colinas de Spello e sal de Guérande, ho ho ho).

A salada do Mirco foi supercara e nada de especial, a minha tortinha de fava e ervilha com cebola caramelada estava adocicada demais, as batatas que acompanhavam o ótimo filé de Angus (carne argentina, não tem como não ficar boa) no molho de vinho tinto e zimbro estavam meio assim assim, farinhentas. E a conta ainda saiu cara demais. Na próxima vez vamos de cheeseburger mesmo, juro.