ô gente bizarra…

Tudo bem que os umbros têm fama de estranhos e fechadões, mas assim já é demais.

Simona entra no escritório dos tradutores dizendo que um dos alunos-zumbis, um daqueles que nem sorriem quando dou buongiorno e sempre respondem “nada…” quando pergunto o que fizeram de bom no fim de semana, resolveu aumentar as horas do curso. Das 30 horas iniciais, que em teoria seriam só pra melhorar as notas na escola, resolveu passar pra 50. Tá de sacanagem, falei. Ela: não não, a mãe telefonou dizendo que ele já começou as aulas de reforço na escola e acerta todas as respostas, os colegas perguntam o que ele está fazendo ali se sabe tudo, os professores acham ótimo, ele está cheio de autoconfiança e quer continuar com você porque disse que se deu superbem, que vocês conversam e coisa e tal. A mãe depois veio pessoalmente à escola pra falar comigo e confirmou a história.

Fiquei de boca aberta. O garoto nunca disse uma palavra além das respostas aos exercícios. Nunca riu, nunca fez uma pergunta, e das minhas piadas só ri educadamente. O progresso que eu notei foi pequeno e eu sempre achei que ele odiava as aulas e morria de tédio. Agora me vem com essa. Dá pra entender?