A Itália tem poucos imigrantes, quando comparada com a França, a Alemanha, a Áustria. Desses poucos que tem, mais poucos ainda são pretos, ao contrário de França e Inglaterra: como a Itália não tem ex-colônias, os imigrantes que chegam aqui não vêm por afinidade com a língua ou costumes, como “efeito rebote” do período colonial, por acordos entre países. Vêm porque basta atravessar o Mediterrâneo de barquinho – as ilhas menores da Sicília, como Lampedusa, estão praticamente na África. Então temos muitos marroquinos, alguns tunisianos. E muitos albaneses, que chegam do outro lado do mare nostrum.
Os albaneses são problemáticos porque têm sua própria máfia, muito mais cruel do que as italianas. Mas é uma imigração antiga, tanto é que há ilhas lingüísticas no sul do país onde falam-se dialetos albaneses há muitos séculos. Quase todos trabalham como peões de obra.
Os marroquinos são problemáticos porque seu muçulmanismo é atrasadíssimo, porque não aprendem nunca a falar italiano, porque as mulheres não trabalham, porque mandam todo o salário pro Marrocos pra sustentar as famílias que não trabalham e nunca têm dinheiro pra nada, porque cheiram mal, porque compram as carteiras de motorista, porque não têm seguro do carro e se se metem em acidente, é impossível tirar nenhuma indenização deles porque não têm nenhum bem em seu próprio nome, nunca. Marroquinos e tunisianos às vezes se envolvem em tráfico de drogas, nas grandes cidades. Mas nos pequenos centros são só chatinhos e normalmente não se metem em confusão.
Os romenos não. Os romenos são um problema MUITO sério. Sempre foram, mas depois que a Romênia entrou na Comunidade Européia a coisa piorou a olhos vistos. Vêm todos pra Itália porque a língua é fácil de aprender pra eles, e com o novo oba-oba da CE a Bota está entupida deles. Não estou falando dos ciganos, que até os romenos mesmo desprezam, mas de romenos-romenos. Estão no topo das listas de crimes cometidos por estrangeiros, são os estrangeiros mais numerosos nas prisões italianas, são os reis da clonação de cartão de crédito e de picaretagens generalizadas. A maioria das prostitutas estrangeiras é de nacionalidade romena – algumas porque forçadas a se prostituir pelos romenos que as trouxeram pra cá, outras por falta de oportunidade. Eu só conheço 4: minha ex-faxineira, que parecia ótima até o dia em que o Mirco chegou em casa mais cedo e a encontrou com uma amiga fazendo a faxina (ora bolas, você tem a chave da minha casa, tem a minha confiança, sempre te paguei em dia, o mínimo que você pode fazer é perguntar antes se tem problema botar alguém que não conheço dentro de casa); a mulher de um amigo do Mirco, que é ligeiramente antipática; a garota que trabalhou comigo lá na agência e seu marido, que “roubou” a senha da esposa e entrou no site pra roubar tradutores e clientes. Eu sabia da história mas não o conhecia; o vi pela primeira vez no jantar de aniversário da Kate, mês passado, e a impressão foi a pior possível e imaginável. Sabe O cafajeste, o picareta por definição? E mal educado, fazendo cara de nojo quando chegavam os pratos, perguntando o que era “aquilo” na hora da sobremesa – uma coisa marrom com cheiro de chocolate, do que será que é feita, hein? Ainda por cima é supermachista e não quer que a mulher trabalhe nem saia sozinha. Ia sempre pegá-la no trabalho de carro, em vez de deixar que ela pegasse o trem com a Patrizia, que ia pro mesmo lugar. Pior: há anos não trabalha, vive de vender bolsas falsificadas e máquinas fotográficas de origem duvidosa no ebay. Hmmmmm. Então vocês vejam que apesar da amostra muito pequena, estatisticamente a coisa tá ruim pro lado deles, no meu score particular.
Essa semana um romeno matou uma mulher numa periferia de Roma. Escândalo, escândalo, só se fala disso. A direita, lógico, já tá enchendo o saco botando a culpa no governo porque “deixa entrar todo mundo”. Mas se os romenos agora são cidadãos europeus, não há como controlar a imigração, oras. Pede-se cooperação com o governo romeno, mas pra fazer o quê? Pra convencer seus cidadãos a não migrar? A se comportar direitinho?
Há algumas semanas falou-se do assunto em Terra!, um programa documentário bem feitinho que passa tarde da noite e só às vezes tenho forças pra assistir. Descobrimos que Bucareste é uma das cidades européias com menor índice de criminalidade, como testemunharam alguns italianos que vivem e trabalham lá. Ou seja, o maior produto de exportação da Romênia pra Itália são os filhos da puta. Legal, né.
Pra ninguém vir dizer que eu sou racista, preconceituosa et al., vejam aqui que não são só os italianos que sofrem com o Problema Romeno.