Antes de tocar pro aeroporto passamos no supermercado do shopping pra comprar pão de forma gostoso pra levar pra Itália, aqueles pães com doze mil cereais, pão integral, pão de centeio, pão de semente de linho etc, que não tem no interior do Zaire. Enfiamos tudo nas malas e fomos pra Montreal, com a esperança de conseguir dar um pulo no centro pra comer a famosa smoked meat Montreal style. Não rolou: um acidente aparentemente muito grave na estrada nos forçou a mudar de trajeto, e chegamos ao aeroporto na hora certa, mas sem passar em Montreal. Paciência, fica pra próxima. Almoçamos no aeroporto mesmo e logo logo chegou a hora de embarcar. Porque eu tô careca de dizer que viajar virou uma coisa chatíssima, você pode chegar oito horas antes do vôo no aeroporto, que os security checks são tantos que você vai chegar no gate inevitavelmente na hora certinha do embarque. Não deu outra.
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Fim de viagem é um negócio muito estranho, principalmente quando a viagem é assim que nem parece que você saiu de casa. Ficamos na casa de amigos, cozinhamos, vimos televisão, fiz ginástica, li, trabalhei, a minha rotina não mudou muito. Mudou só o lugar pra onde eu ia quando não estava fazendo essas coisas todas, e como ficamos só em Ottawa nos últimos dias a gente já tava se achando suuuuperíntimos da cidade. Então dizer tchau pra tudo isso foi um pouco esquisito. Mas como toda vez que a gente viaja eu compro coisas pra casa, também fico doida pra voltar logo e botar tudo no lugar pra ver com que cara vai ficar (ixi, rimou), e também estava com saudade da faculdade. Mas foi uma semana muito legal, relaxante, interessante, com uma amiga que eu não via há muito tempo e seu marido gente boa, que nos acolheram superbem e compraram até bolo de aniversário pra mim, com direito a “parabéns Lefl” escrito e tudo. Uma semana num país cheio de gente simpática e incrivelmente gentil, educada, alegre, sorridente sempre. Onde as coisas funcionam sem que todo mundo seja paranóico nem inflexível, onde os imigrantes são escolhidos a dedo mas recebidos de braços abertos e se integram completamente. Onde, infelizmente, faz um frio de lascar durante metade do ano. Um país ao qual eu acho que deveria ser obrigatório mandar os filhos pra estudar, todos os filhos de todos os pais do mundo, pra ver se voltam um pouquinho mais civilizados pra casa.
Ah: fotos no flickr, como sempre, mas ainda estão só as primeiras. Não sei se o Mirco já descarregou todas e estou sem saco de subir as novas. Quando rolar, rolou.