Todo ano é a mesma coisa e todo ano eu me repito. Primeiro de maio aqui é coisa séria, e os empregadores pagam o almoço pros funcionários. Ano passado comemos no Giovanni, lá na casa do cacete, mas esse ano resolvemos ficar em S. Maria mesmo. O evento foi na Trattoria da Elide, de um amigo do Mirco, que também é um hotel e é pra onde eu mando todo mundo que vem passear por essas bandas. O hotel é uma gracinha e a comida do restaurante é ótima.
Menu:
– antipasto della casa, com presunto, capocollo, salame, omelete de alcachofra, folheado de lingüiça, champignon em conserva, crostini (pão torrado com pastinhas em cima: patê de fígado de galinha, creme de cogumelos, maionese de legumes).
– risoto de cogumelos porcini e aspargos
– pappardelle (aquele talharim extralargo que eu AMO) com molho de javali
– enrolado de filé de porco no forno com massa folhada em volta e batatas assadas com alecrim
– tiramisù bom pra burro, parecia feito pela Arianna.
Do antipasto não comi quase nada porque se é pra engordar prefiro que seja com macarrão. O resto tava todo ótimo. Acabamos de comer às quatro da tarde e voltamos pra casa correndo porque eu tinha um trabalho pra entregar e o Mirco, que trabalhou a manhã toda, queria dormir. O Gianni ligou convidando pra jantar na casa deles, e lá fomos nós. Não consegui comer nada, ainda empanturrada do maldito almoço; acabei só provando uma garfada do risoto de cogumelo e experimentei um Gran Soleil de baunilha, versão beta que a irmã do Gianni mandou pelo correio pra ele testar.
Ficamos vendo Anno Zero, um programa de debate em que ficam-se sabendo coisas horripilantes sobre a administração desse país, e quando acabou aquela depressão toda voltamos pra casa, morrendo de sono.
Cheguei com o, digamos, sistema digestório fazendo uma revolução na minha barriga. A gente se desacostuma a comer feito um pedreiro, e aí quando tem recaída passa a noite plantada no vaso feito uma rosa. Saco.