Vou repetir: eles são inacreditavelmente simpáticos e amáveis e prestativos. Todos eles. E eu conheço gente que trabalha na empresa (um pessoalmente, outra não). Mas não dá.
Não estou nem falando da comida ruim, da lerdeza dos comissários de bordo, cujos carrinhos freqüentemente colidem no meio do corredor por ficarem num vai-e-vem eterno à procura de coisas que ficaram faltando, nem das pouquíssimas telas e do filme único, quase sempre uma merda, nem do uniforme mal acabado, tampouco dos nomes duplos hediondos de todos os funcionários (tipo Anderson Rodrigo, saca), muito menos do inglês pavoroso do presidente da companhia nos vídeos que mostram nos vôos Rio-SP, e nem da dicção imperdoável da maioria das comissárias de bordo (as que não falam cinqüeiiiinta falam feito favelada malandra), que aliás são feias de doer. O problema é a falta de profissionalismo.
Vocês viram o que aconteceu comigo na ida. No meu caso em particular não houve muito problema, pois eu estava indo pra casa da minha mãe, onde ainda tenho roupas, então nada do que eu estava levando nas malas era crucial pra minha sobrevivência. Mas e se fosse? E se eu tivesse perdido o vôo pra Milão e por isso perdido também o pro Brasil? Não bastando isso ter acontecido comigo, o Mirco, prevenido que é, suspeitou que a mesma coisa poderia acontecer com ele, já que o vôo era idêntico. Tentou ligar pra lá pra ver se dava pra resolver, e não conseguiu. Mandou fax pra agência através da qual compramos a passagem, pra ver se eles conseguiam entrar em contato com aTAM, sem resposta. Mandou carta registrada, que foi ignorada solenemente. E a coisa aconteceu com ele também. Por sorte ele já estava escaldado e chegou tão cedo no aeroporto que o problema foi resolvido antes do vôo encher, e ele embarcou com a bagagem e sem ter que sair correndo até o gate feito um desesperado. Agora adivinhem o que houve na volta? Exatamente a mesma coisa. Quando chegamos em Milão a menina no check-in também não nos encontrou na lista dos passageiros. E disse, como já tinha dito o Stefano no dia em que saí de Roma, que sempre acontece isso com a TAM: eles simplesmente esquecem de mandar a passagem pra companhia que faz a outra perna. Legal, né! O problema é recorrente, eles não resolvem, e fica por isso mesmo. Nenhum pedido de desculpa, nenhum upgrade como compensação, nenhum telefonema pra saber se foi tudo bem, bissolutamente nada.
Agradeço aos funcionários pela simpatia e pelos sorrisos, mas essa foi a primeira e última vez que voei com a TAM. Saudades da Varig.