paris

Hoje tomamos café em casa, com as coisas que compramos no supermercado ontem. Alimentadas e de banhinho tomado, saímos de casa e viramos à direita, pra pegar o Boulevard Saint-Germain. Subimos e descemos a Rue de Rennes até Montparnasse and back vendo as vitrines, depois embocamos na Rue Vaugirard e seguimos, passando pelo Jardin du Luxembourg, até o Boulevard Saint-Michel. Ali, quase na Rue des Écoles, pertinho da Sorbonne, paramos pra almoçar num Pomme de Pain. Eu encarei um sanduíche de hamburger fininho com queijo raclette em pão quentinho e crocante, suco de laranja e iogurte aromatizado com baunilha; Lulu foi de quiche de brócolis com salmão e bolinho de limão (reparem que vou falar de comida O TEMPO TODO, mas vocês já sabem, né).

Dali fomos ao Musée National du Moyen-Age, ou Museu Nacional da Idade Média, a.k.a. Cluny (porque fica no Castelo e Termas de Cluny). O museu não é grande e também não é muito badalado, de forma que as hordas de japoneses bobinhos com luvinhas e risadas infantilóides não o freqüentam. Eu sou chegadaça numa Idade Média, que é o meu período histórico preferido, e fiquei babando. A atração principal deles é a tapeçaria da Dama com Unicórnio, que tem uma história interessante e uma simbologia com altas explicações e tal, mas todo o acervo é maravilhoso, pra não falar do próprio prédio. Também não vou comentar sobre a lojinha do museu. Lojinhas de museus são a minha perdição. Até hoje um dos meus objetos pessoais mais queridos é uma trousse que reproduz a tapeçaria de Bayeux, que comprei na lojinha do museu homônimo. Ai ai.

Bem alimentadas de arte e coisas lindas, andamos mais até o rio, parando pra tomar um sorvete de maracujá Berthillon num quiosque qualquer (o da Gelateria della Palma em Roma é melhor), e atravessamos a Pont au Change, que fica entre a Pont-Neuf e a Pont Saint-Michel. Atravessamos pra Rivoli, que subimos e descemos entrando e saindo de livrarias, e depois tocamos pro Carrousel du Louvre. A Lulu queria ir a uma loja que ela adorava, que vendia material de desenho e pintura, além de adesivos lindos pra parede, mas que descobrimos que virou o centro informático do museu, sei lá. Paramos pra comer nos restaurantezinhos lá da praça de alimentação, mas como era tarde pra almoçar e cedo pra jantar não tínhamos muitas opções. Acabamos caindo de boca em mini-hamburgers (hereges!!!). E aí, já exaustas, com sacolas pesadas cheias de livros e os pés doendo, resolvemos voltar pra casa, não sem antes tentar explicar pra um brasileiro perdido, que resolveu aproveitar a longa conexão pra Hong Kong e visitar Paris, como voltar de metrô e RER ao aeroporto. Algo me diz que o confundimos ainda mais, mas como tem que ser muito mongo pra não entender o transporte público de Paris, e de mongo o garoto não tinha nada (tinha vindo do aeroporto pro centro de táxi e não tinha entrado no metrô ainda), tenho certeza de que ele não perdeu o vôo.

Viemos caminhando ao longo do rio até a altura da ponte Alexandre III, pegamos o Boulevard de la Tour Maubourg, pegamos a nossa rua e demos de cara com a torre toda piscando e iluminada de azul. Ficamos pensando que mesmo a chatura do trabalho mais chato e do chefe mais irritante passa, ou pelo menos diminui, quando o sujeito volta pra casa “do selviço” e dá de cara com aquilo. Entramos no supermercado pra comprar água mineral, falei com o Mirco, que estava jantando no Gianni, pra tentar mostrar a torre pela webcam, mas a bichinha tava em greve (a webcam, não a torre), comemos e pronto, acabou-se o dia.