de amamentação

Não sei por que ninguém explica isso pras grávidas logo no começo: amamentar não é fácil. Nem toda criança já nasce sabendo o que fazer e pega o peito direito, arrota e capota. Amamentar também é doloroso: o peito racha, quando você tá cheia de leite o peito dói, tem mulher que tem mastite, e outras mazelas. Amamentar suja tudo: eu não tenho uma cascata de leite que esguicha só de pensar na minha filha, como acontece com algumas mulheres, mas de qualquer maneira quem está amamentando sempre corre o risco de vazamentos e tem que usar aqueles absorventes malditos pros seios. Eu descobri o LilyPadz há muito tempo, porque a Chalene usa pra achatar os mamilos e evitar o efeito “farol alto”, e depois a Lu comentou no blog e eu lembrei da existência do negócio e comprei (pela internet, lógico, que aqui no Zaire não existem essas modernidades). Recomendo altamente.

Eu conhecia a La Leche League nos EUA mas não sabia que elas estavam presentes no mundo todo. Dei mole, pesquisei tanta coisa na internet mas não sei por que negligenciei esse aspecto da maternidade. E agora estou com um bebê que tem pavor do peito por motivos compreensíveis, mas que quando está de bom humor e aceita, só pega o esquerdo. Impressionante como não há santo que resolva: o direito ela não quer de jeito nenhum. Pesquisando por refluxo acabei caindo no site da LLL italiana, e entrei em contato com a orientadora deles em Foligno. No primeiro sábado de março vou ao encontro mensal pra ver se me dão algum conselho útil. No dia anterior temos uma ultra marcada pra avaliar o nível do refluxo e ver se é necessário usar outros remédios mais fortes, embora a pediatra tenha dito que dificilmente vai ser o caso da Carol, já que ela tá ganhando peso normalmente. Paciência, paciência, tem que ter paciência.

A Dri tava falando que se um dia tiver filho vai tacar logo uma fórmula se o bebê não for do tipo que já nasce programado pra mamar, pra evitar essas encheções de saco. Entendo completamente. Só que leite artificial só tem desvantagens: além das mais óbvias, a falta de anticorpos naturais, a falta de bonding com o bebê e a grana que se gasta, há outras. A lavação e esterilização de mamadeiras e bicos é um porre e toma um tempo enorme. A fórmula preparada tem que ser consumida em pouquíssimo tempo, senão tem que jogar fora. Se o bebê começa a mamar mas deixa uma certa quantidade na mamadeira e dorme, você tem que jogar fora o resto, pois em pouco tempo o leite fermenta e estraga (ou perde as propriedades nutricionais, não entendi direito). A sua diaper bag, já entupida de fraldas, lenços umidecidos, mudas de roupa, chupeta, changing mat etc, vai ficar mais entupida ainda com mamadeiras, recipiente pro leite em pó, garrafa de água mineral. Leite artificial tende a dar uma certa prisão de ventre. E no caso específico da Carol o leite artificial é a maior roubada, porque demora duas vezes mais pra ser digerido. Se ela já leva uma vida pra digerir o meu, imagina o artificial! A coitada da garota ia ficar que nem galinha fabricadora de ovo em granja, de olhos esbugalhados acordada o dia inteiro só comendo e fazendo cocô. Não rola. Vou insistir no peito até quando der, e começar com sólidos assim que possível. E torcer pra ela ter saído mais italiana do que brasileira e a-do-rar uma saladinha, em vez de comer só por obrigação moral como eu.