Mais ou menos, já que a faxineira vem duas vezes por semana pra dar aquela geral, minha mãe passa roupa e no final das contas o que eu faço de trabalho de casa é só cozinhar. Também só faltava eu ter que fazer mais alguma coisa, com a Carol sendo assim tão time consuming. A parte da dona-de-casa entra no setor intelectual da minha vida atual. Porque embora eu esteja tentando trabalhar um pouquinho, passo a maior parte do tempo sentada no meu acampamento no sofá da sala, ou dando mamadeira pra Carol, ou tentando dar o peito, ou esperando que ela arrote, ou trocando fralda. E nessa logicamente a televisão fica ligada o tempo todo, de modo que acabo assistindo aos programas que as donas-de-casa assistem.
Eu e minha mãe já demos tanta, tanta risada com o nível de “cafonismo” (TM mirco) e de hediondidade da televisão italiana que a Carol chega a acordar quando está no colo de uma das duas. Eu sei que vocês já tão carecas de saber que a TV italiana é o horror, o horror, mas eu juro, tem que ver pra crer. Os cabelos, as golas, os sapatos, a maquiagem… Jisúis! Por isso que esse país tá desse jeito. Não tem absolutamente LA-DA de interessante pra ver o dia inteiro! Acabo vendo e revendo os mesmos filmes over and over. Aliás, a coisa mais chata de bebê (além de sleep deprivation, é claro) é que você nunca, nunca fica com as duas mãos livres ao mesmo tempo. Freqüentemente não fica nem com uma só das mãos livres. E conseqüentemente não dá pra ler. De madrugada, durante as mamadas interminavelmente lentas e quando eu prefiro não ligar a TV pra ver se a Carol aprende que à noite não se faz nada além de dormir, seria maravilhoso poder ler alguma coisa. Qualquer coisa. Mas tá na cara que tão cedo não vai dar. Que puxa…