Cheguei no começo de junho. A viagem de avião com a Carol foi light à beça; ela é muito tranqüila e dormiu o vôo todo apertadinha no sling no meu peito e não encheu nem se encheu. A escala em Paris foi curta, ela mamou normalmente, tudo correu muito bem. Mirco ficou uma semana e depois foi embora; eu fiquei, teoricamente, pra dar uma descansada, conseguir fazer ginástica e emagrecer, e pra introduzir a Carol ao maravilhoso mundo das sopinhas. Ficamos até 15 de agosto.
Sim, a Carol foi introduzida ao maravilhoso mundo das sopinhas, e está amando tudo. O problema é que estamos fazendo mais sopinhas (ou papinhas, como quiserem) à base de inhame, cará, aipim, bertalha, couve, batata-baroa… Coisas, digamos assim, ligeiramente pouco européias. O mesmo com as frutas: ela delira mesmo é com banana e abacate (se bem que também é louca por pera), que até se encontram na Itália mas são uma bela merda. Então vamos ter que começar a dar uma acalmada com as coisas tropicais e tentar introduzir coisas mais de hemisfério norte pra ela poder ter o que comer quando voltar pra Itália.
Sim, estou conseguindo emagrecer, mas muito pouco. Não, não consegui relaxar. Nada. Porque, sendo uma imbecil, aceitei uns trabalhos gigantescos e infinitamente chatos que arruinaram o meu mês de junho inteirinho. E como Murphy é Murphy, a Carol voltou a acordar de madrugada pra mamar, o que estava me deixando um bagaço durante o dia, tendo que trabalhar. Em junho não malhei absolutamente nada. Agora ela voltou ao seu ritmo anterior e aparentemente parou de acordar de madrugada; não tenho mais trabalhos gigantes e estou conseguindo malhar um pouco. Mas, sendo uma idiota, não fui ao Vigilantes logo de cara, que era o que eu deveria ter feito, e agora estou aqui, toda atolada em contagens malucas de calorias. Estou doida pro meu bodybugg chegar logo pra facilitar as coisas.
O estresse do mês de junho foi tanto que eu consegui perder, logo na primeira semana, as seguintes coisas:
– 1 tubo de pasta de dentes
– 1 chaveiro com a chave de casa aqui da minha mãe
– 1 folha de papel preciosa com anotações de vocabulário do trabalho maldito infinitamente chato e longo
– O cartão de banco do Mirco que ele sempre deixa comigo pro caso de emergências.
Hoje, depois de deixar a Carol sozinha no berço rolando até dormir, resolvi dar uma arrumada geral nas tralhas. Encontrei tudo, menos a pasta de dentes, que parece que desapareceu mesmo. O chaveiro estava na maleta do laptop, em um bolso nunca antes utilizado. A folha de papel eu devo ter jogado fora sem querer, mas também agora não importa mais. O cartão do Mirco estava dentro da minha carteira que nunca sai de casa; como é o mesmo banco onde eu tenho conta, eu olhava praquele cartão e achava que era meu (sendo que o meu estava imediatamente ao lado). Enfim: estresse é uma coisa que eu não recomendo, sabe.
De resto, tudo OK. A Carol está achando tudo ótimo, adora passear em Ipanema, dorme no carrinho no meio da feira da N. Sra. da Paz, brinca com todo mundo, está compridona perdendo roupas e com o cabelo ridiculamente imenso tipo algodão-doce. Está quase sentando. Ri o tempo todo e, superada a fase do “anguuuuuuu anguuuuu”, deu pra gritar feito uma maritaca, o dia inteiro. Enfim, tudo nos conformes, fora o Skype, que anda uma merda, deixando o Mirco muito puto da vida.
Tirei o final da tarde de hoje pra ir colocando as coisas na mala – os zilhões de presentes que a Carolina ganhou, os seis pares de sapato e dois de botas que comprei, essas coisas – e fui escrevendo um post gigante na cabeça, mas agora estou com preguiça. Amanhã, se der, escrevo mais. Tenho outro trabalho pra entregar na terça e PRECISO malhar; todo o resto (pós-Carol, lógico) fica em segundo plano, inclusive a vida social.