Então.
Os dois únicos poréns do bodybugg, por ordem de importância:
1) O software não é compatível com Firefox. Ainda bem que nas instruções essa frase tem “ainda” no final, porque usar IE é realmente uma tortura e assim que a versão compatível com o navegador da Mozilla sair, vou soltar fogos de felicidade.
2) É ALTAMENTE viciante. Pra quem tem tendências compulsivas como eu, o negocinho tem altas probabilidades de dominar a vida totalmente. Passo o dia inteiro contando calorias, decorando as tabelas de nutritional facts das comidas, conectando o trequinho ao computador toda hora pra atualizar as calorias gastas, olhando repetidamente pro digital display pra saber quantas calorias gastei até agora (embora o número mostrado ali não tenha, pra mim, nenhuma importância, dada a minha total incapacidade de memorizar números fora de um contexto visual – tipo, eu lembro que o ônibus que vai da IKEA ao centro de Roma é o 32 porque tenho na cabeça a foto mental do ônibus vindo pela rua, com o número bem visível na frente. Não consigo, de maneira alguma, ler um número numa frase e lembrar-me dele dez segundos depois). Imagino que com o tempo tudo fique tão automático que a dependência perca intensidade, mas por enquanto eu praticamente só penso no bodybugg e mais nada.
Não importa, lógico; nenhum preço a pagar pra emagrecer direito e de maneira definitiva é alto demais. Nenhum. Venderia a minha alma ao demo, se o demo existisse e a quisesse, lógico.
Estou aproveitando as papinhas da Carol pra preparar o meu próprio menu. Hoje vou fazer grão-de-bico, arroz integral, filezinho de vitela (a famigerada “fettina”, que eu ABOMINO mas hoje vou ter que engolir), couve-flor e vagem. Em papinha pra ela, em PF pra mim. Estou achando ótimo.
A coisa mais legal desse sistema é que você acaba aprendendo muito, mas muito mesmo, sobre alimentação. Segundo o meu programa, que é determinado pelos meus objetivos (perder peso e melhorar a performance “atlética”, ou seja, conseguir fazer os workouts com luvas de pesinho e sempre em versão alto impacto sem achar que vou enfartar, do jeito que eu estava antes de engravidar), eu tenho que manter uma certa proporção diária entre carboidratos, gorduras e proteínas. Acabo testando vários cardápios até chegar à proporção certa, e nessa ando descobrindo várias coisas sobre as comidas que fazem parte da minha dieta normal. Controlar as porções também fica infinitamente mais fácil, de modo que sobram calorias pros lanchinhos interrefeições pra eu poder não desmaiar de hipoglicemia e ainda por cima me divertir um pouco. Normalmente meus lanchinhos (dois por dia) se alternam entre iogurte desnatado branco ou de frutas e barrinhas várias. Uma que eu gostaria de ter descoberto antes, que na verdade só tem forma de barrinha mas barrinha não é, é a bananada em bastãozinho Frutabella, que comprei no Zona Sul. Na próxima vez que for ao Rio vou trazer uma mala só de bananada, juro; são só 90 kcal por porção, é uma delícia, tem potássio (ótimo pra quem está malhando pesadinho como eu), no sugar added, zero gordura, é prática e substitui com louvor a hedionda banana de exportação disponível aqui, que tem gosto de nem sei o quê – com certeza não de banana.
Outra coisa boa é que você tem sempre uma desculpa pra fugir de comidas das quais não gosta e que as pessoas insistem em te empurrar. Não posso, já acabei as minhas calorias de hoje, êeee. Muito importante em um país onde não gostar de certas comidas é praticamente um crime.
Já do lado da malhação, ainda não tenho coragem de encarar o ChaLEAN Extreme, que requer uma preparação física melhorzinha pra poder ser aproveitado direito. Não estou conseguindo nem fazer as séries de abdominais mais esquisitas do Turbo Jam; ainda tenho muito o que progredir até poder pegar pesado com o CE, porque quero fazê-lo direito. A coisa boa é que, como conheço todos os workouts TJ de memória, não preciso nem pensar na coreografia e assim sobra espaço mental pra concentrar a força nos grupos musculares certos a cada movimento. Parece besteira, mas só com isso estou conseguindo fazer as séries de peso com pesinhos de 3 kg, apesar de estar em péssima forma – quando comecei com o TJ pela primeira vez, tive que pegar os ridículos micropesos de 1 kg e custei até passar pros de 3, principalmente por causa do tríceps e dos músculos dos ombros, que andavam fraquinhos, fraquinhos. Felizmente a Carolina, sendo a Filha Mais Legal do Mundo, anda colaborando: quando percebo que ela está ficando com soninho, troco de roupa, boto o DVD, ligo o ar condicionado, encho a garrafinha de água e fico toda pronta pra que assim que ela capotar eu só precise dar play e começar. Mesmo quando ela acorda no meio da coisa, normalmente fica quietinha no berço se distraindo sozinha, e mesmo quando chora eu só preciso trazer o berço pra sala e ela fica me olhando terminar o workout.
Lógico que a casa está imunda e o trabalho que tenho que entregar semana que vem ainda nem foi tocado. Mas não importa. Como eu disse, se o demo quiser, minha alma está disponível.
O resultado da primeira semana da conjugação bodybugg + Chalene sai na segunda. Aguardem e confiem.