escolinha do professor raimundo

A pedidos, vamos lá que não é difícil.

Vou começar com o primeiro link que achei googlando “crase”, com uma explicação bem fácil e simples. Depois vamos pros exercícios.

Eu sinceramente não entendo a dificuldade que as pessoas têm (esse circunflexo sumiu, né? Mas eu gosto tanto que vou deixar ele aí) com a crase. Há casos realmente difíceis, com verbos estranhos que ninguém nunca usa, mas normalmente esses são reservados às provas de português em concursos públicos. Nem em vestibular aparecem casos particularmente cabeludos, que eu saiba. A crase do dia-a-dia é bem fácil de usar. Mas pra saber usar tem que entender.

A crase não é o nome do acento, mas sim o nome do fenômeno, digamos assim. É o nome do encontro de um “a” preposição com um “a” artigo ou pronome FEMININOOOOOOOOO (não precisa lembrar dos nomes das funções gramaticais, mas tem que lembrar da formulinha: a + a = à, e principalmente tem que lembrar que é só no feminino, hein!). O nome do acento é simplesmente grave. Ou seja, o acento grave marca os casos de crase.

Agora que estou pensando melhor no assunto, acho que a dificuldade das pessoas vem do fato de que nós quase sempre usamos “para” ou “em” em vez de “a” – quase todo mundo fala “ir pra praia”, “ir no médico”, “dar pra ela” etc. Então na verdade o problema é saber quando é que um verbo precisa da preposição “a”, já que a gente quase sempre substitui com outra preposição…

Teste!

Complete com à ou a. Amanhã daremos as respostas.

– Vai ___ merda!
– Foi ___ roça, perdeu a carroça.
– Uma pulga na balança/deu um pulo, foi ___ França
– Eu disse ___ ela não… lalalala…
– Tuberculose ___ esclarecer (essa frase escrita errada era o que eu mais corrigia nos prontuários na faculdade…)
– Bife ___ milanesa
– Nada ___ ver
– Quem tem boca vai ___ Roma

P.S.: Na dúvida, não use a crase. Imagine que você está escrevendo esse post e tenha dúvidas quanto à crase ou não de “a pedidos”. Ou pesquise no Google ou não use. Na boa. Crase no lugar errado dói nos zoinho.

14 ideias sobre “escolinha do professor raimundo

  1. Já vi texto meu, escrito a mão, sendo digitado por outrem. Exceto que, onde eu pusera um “há” ligado a tempo, a transcrição dizia “a”.

    ÓDIO.

    Já tive uma colega que usava acento grave em TODA letra “a” que aparecesse isolada. Porque, para ela, crase era PARA DAR ÊNFASE. Sério.

    De acordo com o neoportuguês, pelo que entendi é fácil: onde o português usa “a” sem crase, o neoportuguês tornou a crase obrigatória. Onde era “há”, o neoportuguês exige “a”. Onde havia crase, ela passou a ser proibida.

    Entendendo essas regras, fica muito mais fácil entender os textos que aparecem por aí.

    Em tempo: “têm” não perdeu o acento. Só o perderam as palavras que têm vogal dupla, como “vôo” –> “voo” e “vêem” –> “veem”.

    Há braços!

    JP

  2. Oi! Amo gramatica!

    Como vi que voce colocou o “FEMININOOOOOOOOO” bem negritado, lembrei haver caso em que a crase ocorre, mesmo que o pronome seja masculino: com pronome desmonstrativo “aquele(s)” ou “aquilo”, desde que, claro, a regencia verbal pedir a preposicao “a”. Nesse caso, a preposicao “a” funde-se com a primeira vogal dos pronomes.

      • Vou corrigir minha propria gramatica: ” desde que que regencia verbal peca (cedilha)” .

        Ouquei, concordo. Ficaria complexo demais. ;)

  3. Ih, voltou com a corda toda! Venho aqui a anos e nunca soube usar à crase, agora pode ser que eu aprenda mas essa! kkkkk

    Até os meus aluninhos de português sabem usar a crase direitinho, só quem faz ENEM é que nao sabe…

    Você é muito chique, ensina logo o Ouviram do Ipiranga pra filha. Eu me contentava com as musiquinhas infantis básicas. O meu orgulho aqui é eles saberem rezar o Pai Nosso (hahhaah) e minha filha já estar lendo em português (tô batendo no peito sim!)!

    Nao deixe mais esse blog às traças, nao!

    Claudia

    • Tem que bater no peito mesmo! A alfabetização dela vai ser meio complicada porque acho que alfabetizar em duas línguas confunde DEMAIS a cabeça dos pimpolhos, corrija-se me estiver errada. Pai Nosso obviamente eu me recuso, mas o Piranga ela pede e eu canto (chorando, ainda por cima ;)

  4. E quando a pessoa escreve: moro aqui a dez anos??? Credo!!!!

    O acento circunflexo do têm (plural) continua…Pelo menos no meu livro sobre a Reforma Ortográfica não há nada sobre a extinção dele.

    Que bom que você voltou a escrever!

  5. Aqui vai a dica de dois livros que esclarecem muitas dúvidas:
    – Todo mundo tem dúvida, inclusive você, Édison de Oliveira (é um livro muito engraçado, se você não aprender nada pelo menos rirá bastante!)

    – Não erre mais, Luiz Antonio Sacconi.

    Então espero que gostem. Gostaria de deixar esse comentário pra Dri mas não tenho conta no Google, espero que ela leia meu comentário aqui.

    Legal que você voltou a escrever Paca, eu costumo rir Pacas com seus posts!

  6. Nilo, atualmente as coisas que mais me dão horror são “mais” em vez de “mas” e “nada haver”, que me dá ânsia de vômito. Na minha época de faculdade antes de começar o round dos pacientes eu sentava com uma caneta vermelha na mão e corrigia todos os “tuberculose à esclarecer” do prontuário. Me dava um nervoso!

  7. Demorou mas já consigo aceitar a deficiência de alguns muitos amigos que não sabem usar a amiga crase. Confesso que minha luta atual é contra o bando de M U L A S que insiste em usar “EM” (isso mesmo, E M ) no papel do bom e velho “hein”. Me emocionou o “hein” certinho e pomposo no meio do seu post.

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