Como eu disse ontem, passamos uns dias em Londres semana passada. Já comentei aqui que a primeira vez em que estive lá não gostei da cidade, na segunda vez desgostei um pouco menos, e dessa vez já comecei a gostar. Claro que estar com gente do lugar ajuda, e em boa companhia nem se fala, mas não é só isso. Acho que à medida em que envelheço sinto cada vez mais falta de um pouco de cosmopolitismo – e da bagunça também, admito. Em Paris, quando fiquei responsável pela navegação, já que meus sogros não entendem nada de coisa nenhuma, nem de francês, nem de metrô, nem de mapas, e que o Mirco se perde até dentro do banheiro se deixar, notei que simplesmente ADORO a maluquice logística de cidade grande. Até em lugares onde o transporte público funciona igual à minha cara, como o Rio, me divirto horrores calculando rotas pra chegar em tal e tal lugar. Mas é o metrô mesmo que me deixa doida.
Vocês sabem como eu sou chegada num mapa. Não posso ver mapa que fico doida, não importa muito de onde seja. Tenho vários espalhados pela casa inteira: um de Paris na sala, um mapa-mundi adesivo na parede do corredor, um da França em forma de quebra-cabeças no escritório e mais um do Parque Nacional do Monte Subásio (o Monte Subásio é onde fica Assis), ímãs de geladeira e canecas com mapas de metrô, e já tem um tempo que estou de olho nesses aqui. Na casa da minha mãe no Rio tenho uma reprodução de um mapa antigo de Londres que aquela maluca da Tatiana me deu várias eras glaciais atrás. Gostaria imensamente de um mapa do Rio, mas até hoje só vi coisas tropicalmente cafonas e desisti de procurar (quem achar um bem estiloso e quiser me dar de presente, acho ótimo). Meu iPhone tem os mapas de metrô de tudo que é lugar do mundo, e volta e meia me pego estudando um ou outro só pelo prazer de olhar praquelas linhas coloridas cheios de nomes de estações que não conheço. Adoro nomes em mapas, adoro, adoro. Livro de fantasy pra mim sem mapa já perde vários pontos logo de cara.
Mas então. Qualquer deslocamento em cidade grande é complicado e demorado, mas é tão mais divertido. Sentar com um mapinha do metrô, escolher a estação de chegada, calcular a rota, levar em consideração as estações fechadas por um motivo qualquer, ler as placas nas estações, pra mim isso tudo é divertidíssimo e compensa até a chatice de ter que subir e descer escada com carrinho de criança.
E as lojas diferentes de tudo o que temos aqui? E os restaurantes “étnicos” (palavra idiota, putz)? Comemos um curry bem normal na véspera da viagem de volta e fiquei deliciada; aqui não tem nenhum restaurante indiano nenhum, os únicos diferentes são os chineses, todos uma merda. E as pessoas com as caras e cores mais diferentes, caminhando pela cidade? E o jeito completamente diferente de viver a cidade, dependendo de onde se vai? E, no caso de Paris, o desafio de pedir ou ler informações em uma língua que se conhece pouco? Fico toda arrepiada só de pensar :-) Eu sou um bicho urbano, não adianta. Na próxima encarnação vou vir como ratazana de metrô.
Os restaurantes “étnicos” de Londres são o máximo. Iranianos, tailandeses, chineses.
E tão legal quanto isso é você aprender a navegar. Cessabe que Nationaro Hiro é perito nisso, né, e essa é uma das paixões dele. Pois até eu tomei gosto em ficar lendo os mapas do metrô e decidir o melhor caminho.
Também adoro mapas, e o mapa do metrô de Londres é o máximo, uma obra-prima de design. Londres é quase minha segunda casa, mesmo tendo morado la´tanto tempo eu sempre acho novidade quando visito. Agora você não dará uma segunda chance a Berlim, não? Já deve ter mudado bastante da época que você veio, mas continua sendo a anti-Paris ( também adoro Paris).
Assim que a RyanAir ativar o voo Perugia-Berlim que prometeram eu juro que volto ;)