brinquedos

Entreter criança não é mole. Como diz a minha mãe, é mais cansativo que quebrar pedra. E isso porque a Carol é uma criança light, brinca bem sozinha por períodos de tempo admiráveis, tem boa capacidade de concentração e não precisa mudar de brincadeira a cada dez segundos, não é birrenta. Mesmo assim ficar enfurnada com ela em casa não é mole, e infelizmente esse ano foi cheio de dias de enfurnamento porque o tempo ficou uma merda por meses a fio. As alternativas não são muitas. Posso levá-la pra correr em algum lugar fechado, tipo o Ipercoop. Ou pra brincar num lugar como o Ramba Zamba (“como” não é o termo certo, já que só tem o Ramba Zamba num raio de muitos quilômetros quadrados), que é uma espécie de casa de festas que não abre só pra festa, digamos assim; tem brinquedão gigante, cama elástica e outras coisas maravilhosas cansadoras de criança, mas é carinho, não tem as fulaninhas que tomam conta das crianças, ou seja, tenho que ficar em pé na entrada dos brinquedões de olho nela, e ela fica brincando sozinha porque não conhece as outras crianças que estão lá e obviamente as crianças que a gente conhece não vão a lugar nenhum, nunca. Essas duas alternativas são altamente cansadoras, mas conseguir acertar o timing delas é meio complicado, como todo mundo que tem criança sabe: quando ela acorda depois do almoço tem que lanchar pra não ficar com fome na rua em horários esdrúxulos, e comer leva horas; troca de roupa, sai de casa, volta porque esqueceu o cachorro de pelúcia, prende na cadeirinha do carro, vai pra lá, solta da cadeirinha do carro, entra, ela fica tímida no início e perde uma meia hora colada na minha perna sem coragem de sair correndo, corre, brinca, cansa, e pouquíssimo tempo depois está na hora de voltar correndo pra casa pra ela jantar e tomar banho. É uma trabalheira danada pra pouco tempo efetivo de diversão. Então acabamos ficando em casa, muito frequentemente.

Em casa as alternativas são limitadas porque eu não sou uma mãe artista que fica inventando brinquedo do-it-yourself. Então ela pinta/desenha um pouco na mesa da sala, depois quer ler uma história, depois brinca na cozinha dela fazendo chá pra deus e o mundo, depois quer que eu fique tocando o pianinho de brinquedo enquanto ela dança vestida de Bela, e depois não tem mais nada pra fazer.

Entram os brinquedos da Orchard Toys.

Como muitas das coisas lindas da minha vida ultimamente, descobri na Amazon. Obviamente não lembro mais o que estava procurando, mas eles sugeriram esses brinquedos e fiquei apaixonada. Comprei logo um monte, que vou tirando do armário um a um conforme os outros vão cansando. Na verdade quando eu vou me cansando, porque ela ainda não aposentou nenhum definitivamente.

Os jogos são ótimos, inteligentes, pra criança realmente aprender brincando. Feitos no Reino Unido e não na China, o que por si só já conta pontos no meu score, são robustos, inclusive as caixas, porque pais não-chatos deixam a criança guardar os próprios brinquedos, o que significa que as caixas apanham bastante, coitadas. Bem coloridos, os desenhos são alegres mas não cafonas, as regras simples pra criança começar a aprender a seguir regras e entender o conceito de esperar a sua vez, enfim, maravilhosos.

Um dos preferidos da Carol é esse, o Dotty Dinosaurs.

Cada cartela é um dinossauro e tem dois lados, um com formas e outro com cores, pra duas brincadeiras diferentes. Tem dois dados, um pras formas e um pras cores; você escolhe o do jogo que quiser jogar. Por exemplo, se quisermos o jogo das cores deixamos os dinossauros com as cores viradas pra cima, jogamos o dado das cores, pegamos a cor que saiu no dado e colocamos no lugar no dinossauro. Uma espécie de bingo das cores, por assim dizer, e o mesmo com as formas. Quem completar o dinossauro primeiro é o vencedor. CLARO que o ideal é que várias crianças joguem juntas, mas mesmo só nós duas é divertido (pelo menos nas primeiras vinte vezes). Mas nessa ela aprendeu toda as formas, há muito tempo. E você pode brincar de falar as cores em outra língua, por exemplo.

O queridinho atual é o Spotty Dogs, pra aprender a contar.

Você roda a seta e vê o número que saiu. Por exemplo, se saiu o 3, tem que pegar uma carta com o cachorro que tem 3 pintinhas. Do outro lado da carta tem o desenho de uma caminha de cachorro, com 1, 2, 3 ou nenhum biscoito de ossinho. No final contam-se os ossinhos das cartas que cada um tem e quem tem mais ossinhos é o vencedor. Ainda tá cedo pra ela aprender a somar, lógico, mas ela adora contar e se diverte horrores.

Os quebra-cabeças deles também são geniais. Temos esse maior, o do avião, que ela AMA e já monta com o pé nas costas, e esse, menor, bom pra viajar e que ainda por cima tem dois lados, ou seja, dois em um. O legal é que tem tanta coisa interessante no desenho que dá margem a várias conversas. Que cor é o ônibus? Qual é o número da placa/do avião? Como se chama o moço que dirige o ônibus/avião? E a moça que tá na escada do avião pra receber os passageiros? O que a gente precisa mostrar pra moça pra poder entrar no avião? Pra onde você já viajou de avião? Que bichos você tá vendo no ônibus? Enfim, as possibilidades são infinitas. Pra não falar da facilidade de inventar histórias se baseando nos desenhos: era uma vez um macaco que dirigia um ônibus cheio de bichos…

Nem são tão caros assim, considerando quanto são bem feitos e quantas horas de distração (e aprendizado) oferecem. Sugiro altamente.

5 ideias sobre “brinquedos

  1. Ah, que engraçado, aqui também tem Ramba Zamba, com esse mesmo nome, deve ser franchising, e mais um sem número de parques no estilo, porque o inverno aqui é longo e tenebroso.

    Tua filhota é pequenininha ainda, isso melhora, porque aos poucos vai fazer amizades e convidar e ser convidada para casa de outras crianças. Às vezes acho mais tranquilo ficar com os meus dois sozinhos em casa do que receber visita dos amiguinhos, porque tem criança que socilita a gente até nao poder mais…

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