No último sábado houve um terrível acidente ferroviário mais pro norte. Um trem de passageiros, que fazia a movimentadíssima linha Verona Bologna e vinha em alta velocidade, bateu em cheio num trem de carga que estava parado no trilho único de uma estação de passagem. Os mortos são 17 e os feridos são muitos. As fotografias do local do acidente são de arrepiar; vagões praticamente na vertical, outros completamente destruídos.
A conta-gotas, começam a aparecer podres do sistema ferroviário, junto com as teorias sobre a causa do acidente que vão ser sempre teorias, já que os maquinistas de ambos os trens morreram na hora. Primeiro o maquinista do trem de passageiros teria avançado um sinal vermelho. A mulher do finado disse que era uma hipótese absurda, que o marido era muito preciso e cuidadoso e que jamais avançaria um sinal assim, na cara dura. Mais tarde disseram que o maquinista avançou foi o sinal amarelo, provavelmente porque não o viu, já que a neblina naquele dia estava uma coisa absurda. Quando notou que havia um trem parado nos trilhos, tentou frear, mas àquela altura do campeonato a distância não era mais suficiente. Depois saiu a notícia de que o chefe da tal mini-estação de passagem viu que o trem não parou e tentou avisar o maquinista pelo celular (!!!!!!!!), mas que ninguém respondeu à chamada ou o maquinista não ouviu, ou o telefone estava no vibracall, ou o acidente já havia acontecido. Mais depois ainda alguém deixou escapar que só no ano passado houve DOZE avanços de sinal vermelho em diversos pontos da Ferrovia dello Stato no país, mas nenhum desses casos foi denunciado ou oficialmente registrado. E só aí começou-se a discutir os sistemas de segurança das ferrovias. Parece que essa linha Verona Bologna, uma das mais movimentadas do país, é uma das poucas que restaram sem sistema de segurança automatizado. Olha o Zaire aí, gente!
E exatamente à meia-noite de domingo pra ontem entrou em vigor a bendita lei anti-fumo, que proíbe o fumo em TO-DOS os lugares públicos fechados e locais privados abertos ao público, a menos que tenham uma sala reservada pra fumantes, com sistema de depuração de ar aprovado pelo governo. Não é só o fumante fora-da-lei que está sujeito a multas, mas também o dono do estabelecimento que não mandá-lo tomar no cu e apagar o cigarro. Aliás, o dono do estabelecimento tem o dever, segundo a lei, olha que delíciaaaaaaaa, de chamar as autoridades (leia-se dedurar) se o fulano se recusar a apagar o cigarro. Os proprietários, obviamente, já se rebelaram, nós não somos X-9 não! Tem problema não, deduro eu mesma. Não vou ter o menor problema em ligar pros Carabinieri se alguém insistir em fumar do meu lado enquanto como minha pizza.
Como 1) A imeeeeeeeeeeensa maioria dos proprietários de bares, pubs, restaurantes, boates, pizzarias, etc etc etc alega que não teve tempo (só dois anos, coitados…) e/ou dinheiro pra botar em ação as reformas necessárias e a instalação do sistema de depuração, e 2) Há uma infinidade de locais desse tipo que funciona em prédios históricos que não podem ter sua estrutura modificada pra se adaptar a esse tipo de lei, a imeeeeeeeeeeeeeeeeensa maioria desses lugares tornar-se-á, definitivamente, smoke-free. Aleluia, irmãos! E que vão todos tomar no cu, os fumantes. Vão fumar lá fora quando o termômetro está lá embaixo, vão!
Needless to say, já aumentou a freqüência da publicidade de adesivos e chicletes de nicotina na TV e no rádio. E há rumores de que o governo financiará esse tipo de tratamento anti-vício pra quem quiser parar de fumar.
Também needless to say que a primeira multa, que rolou à meia-noite e um de ontem, foi aplicada em, tchan tchan tchan… Nápolis!
Enquanto isso… Meu irmão tenta estágio na Souza Cruz. Mas se for trabalhar lá de verdade eu corto relações. Juro.