il segretario

O novo secretário é gente boa. Meio infantilzinho, mas aqui é coisa comum. Fisicamente é a cara do meu irmão, só tem os cabelos mais claros. É bonzinho pacas e está aprendendo rápido. Não é nenhum primor de esperteza e dinamismo e tenho a impressão de que em um determinado momento vai ter que escolher: ou acordar pra vida e ficar esperto, ou sofrer feito um cão na mão do Ettore e do Mirco, que são pessoas maravilhosas mas quando se trata de trabalho e coisa séria viram bicho.

Estou gostando de explicar as coisas pra ele. Juntos estamos revendo todo o meu método de trabalho. Ele é interessado e pede explicações, dá sugestões. Miraculosamente tem mais intimidade com o computador do que a imensa maioria da sua geração, o que já é um grande ponto a seu favor. Fiz pra ele um passo-a-passo do que fazer quando chega uma fatura, quando chega um caminhão, quando chegam peças pra pintar, quando chegam peças de um fornecedor. Expliquei que se a gente mantiver um método de trabalho, as chances de errar são pequenas. Expliquei que esse meu método de trabalho não veio do nada, mas de adaptações do que a coitada da Elisabetta, menina confusíssima, fazia antes, e de outras coisas que eu inventei pra simplificar a minha vida escritorial. Ele ficou todo agradecido e já começou a sacar umas coisinhas básicas.

Parece que vai funcionar bem. Acendamos velinhas.