Já comentei aqui antes o quanto é uma mão na roda ter um lanterneiro na família.
Meu capacete é daqueles completos, que cobrem também o rosto e a mandíbula, e não só o topo da cabeça. É grande demais pro espaço embaixo do selim, então toda vez que eu saía de casa com o motorino tinha que ficar carregando aquele maldito capacêtchi pratchiádu, como diz o Mirco, pra cima e pra baixo. E poucas coisas na vida são menos portáteis do que um capacete.
Em um fornecedor de peças, procurando sei lá o que pra um caminhão, Mirco bateu os olhos num porta-trecos daqueles que se fixam na traseira das lambretas e das motos. Vagabundo, de plástica tabajara, mas com chave, com alça e removível. Trouxe pra casa e pronto, chego eu tarde em casa, cansada depois da aula com os Salames, o Mirco jantando com Gianni e Chiara, e dou de cara com aquele negócio em cima da mesa da sala, com um bilhetinho.
No dia seguinte aproveitamos que tinha pouco movimento na oficina e bolamos um jeito de fixar o negócio na lambreta, que é modelo velho e não tinha a base metálica que serve justamente pra isso. Mirco inventou um sistema lá maluco, pegou uns restos de chapa de ferro, dobrou, limou, cortou, furou, pintou de preto, aparafusou, e pronto! Ganhei um porta-treco de lambreta. Não posso me empolgar e entupir de compras, senão o peso na traseira fica grande demais e a lambreta não pára de pé. Mas é o suficiente pra botar o capacete. Maravilha :)