Vocês estão acompanhando o mundial de esportes aquáticos no Canadá? Eu fico hipnotizada com as imagens. Ando dormindo pouquíssimo porque fico até tarde vendo aquela gente se remexendo na água fresca, enquanto eu morro de calor na cama.
Merecidíssimo o ouro francês no nado sincronizado individual. A francesinha, bonita e elegante, com cara de safada, fez uma coreografia muito legal, ao som de uma música animada. Aliás, já perguntei isso aqui, mas acho que é mais uma daquelas perguntas que permanecerão sem resposta por todo o sempre: por que diabos toda música de patinação, nado sincronizado e outros esportes viados é sempre um porre? Caramba!!! A francesinha não, a música era, hm, estranha, mas fácil de teatralizar, e a atleta é expressiva, recita parágrafos inteiros com um olhar, e ainda por cima nada sem aquele maldito pregador no nariz, ou seja, nada de rosto deformado. Bár-ba-ra. Mereceu de verdade, eu achei.
Maravilhosas as imagens debaixo dágua dos nadadores no início da raia, na partida ou logo depois da virada, quando dão pernadas de golfinho com os braços alongados acima da cabeça. Lindos, sereios, todos, homens e mulheres. As mulheres são interessantes de ver: as japonesas, bronzeadíssimas; as australianas, sorridentes; as americanas, iguais; as chinesas, minúsculas; as alemãs, rígidas; as polonesas, sérias; as canadenses, decepcionantes; as suíças, poucas. Os homens são todos deuses, com aqueles músculos que parecem ter sido desenhados daquele jeito todo natural, que dão vontade de tocar pra ver se são de verdade, de contornos tão suaves e ao mesmo tempo tão claramente definíveis. Os atletas talianos, claro, são os únicos machos da competição com sobrancelhas feitíssimas. Um deles papou uma medalha de ouro, numa prova em que o insosso di Phelps parece que baianizou e chegou entre os últimos. Os ombros são largos, trapézios e dorsais salientes pululam pra fora dos maiôs e macacões estilo tubarão. Onde foram parar as sunguinhas?
Divertidíssimas as imagens debaixo d’água dos jogadores de polo aquático. Na superfície, aquela chatice, bolinha pra cá, bolinha pra cá, aquela touquinha feia. Do peito pra baixo, o pau comendo soltíssimo, um puxa a sunga do outro, cotoveladas a torto e a direito, chutes bem mirados, abraços de tamanduá.
E vou dormir sonhando com os meses em que nadei das cinco e quarenta da manhã às seis e meia, eu e todos os velhinhos da Tijuca.