Ontem, que aliás foi aniversário da minha mãe, fomos a Roma buscar Ettore & cia. no aeroporto. Vocês lembram, eles foram à Holanda visitar a irmã do Mirco, que agora mora lá com o namorado.
A coisa linda é que também foi a avó do Mirco, a Lucia, de 84 anos. Nunca tinha sequer ido a Roma. A Perugia, só duas vezes, a pé (são 25 km), quando era jovem, pra entregar peles de coelho a um comprador. Não se sabe como, conseguiram convencer a menina a subir num avião e a ir a um outro país que ela nem sabe onde está. E o mais legal: não só ela gostou da viagem, achou tudo curiosíssimo, e contou todos os detalhes, mas também disse muito blasée que achava que o vôo seria mais assustador, mas acabou que não deu nem um medinho sequer. Viemos no carro ouvindo os relatos da viagem e morrendo de rir com as impressões que eles tiveram. Interessante ver como os pontos de vista mudam dependendo do background que você tem. Eles não têm nenhuma referência da vida no exterior, e acham o fim do mundo, por exemplo, não ter tempo de voltar pra casa pra almoçar e ter que se virar com um lanchinho. Acham engraçado que as casas em Amsterdam não tenham cortinas e ninguém fique olhando lá pra dentro pra curiosar – se fosse aqui na Itália, ia ter gente colado nas janelas o dia inteiro só pra assistir à vida dos outros. Acharam genial a arrumação das flores no mercado, as combinações de cores, etc. Acharam os holandeses muito gentis e simpáticos, opinião com a qual eu não posso discordar porque todos os que eu conheci eram muito legais. Enfim, disseram que valeu a pena e fiquei muito contente por eles por finalmente terem saído da toca e visto não só onde a filha tá morando, mas um outro mundo totalmente diferente do quintal da casa deles.