Nada de cinema nesse fim de semana. Finalmente saiu o Charlie and the Chocolate Factory, cuja versão antiga aliás passou na TV hoje à tarde, mas não tivemos paciência. Exaustos, teríamos certamente dormido no cinema, coisa que pelo menos pra mim não tem sentido nenhum (o Mirco capota mesmo, com direito a ronco e tudo, e não tá nem aí). Então nem dormimos depois do almoço porque senão iríamos toda vida, até a hora do jantar, e fomos direto fazer compras em Santa Maria ontem. Hoje lavamos os cachorros, que estavam horrendamente fedorentos, consegui bater papo com a minha mãe no Skype, e fomos jantar com Marco e Michela na festa em Bastia.
O rione, ou parte da cidade, mais famoso pela boa comida é o Sant’Angelo, que seria o rione ao qual pertencemos, morando em Cipresso. É o mais democrático, porque pega as partes periféricas da cidade. Só que essa fama já rola há tanto tempo que a taverna do Sant’Angelo vive entupida. A fila estava gigantesca, e com a Michela grávida e cheia de fome e de dores e de chatices não dava pra perder horas esperando pra comer. Então fomos pra taverna do Moncioveta, o rione que pega a parte do Borgo Primo Maggio, onde vivem os napolitanos todos. Não tinha fila nenhuma (também, a comida não tava lá essas coisas) e depois fomos dar um pulo na praça. Fiquei com muita pena do grupo que estava tocando, muito bem por sinal, Joe Cocker, Commitments e Creedence Clearwater. NINGUÉM assistindo, até porque ninguém aqui sabe o que são isso. Tipo KaRla que nunca tinha ouvido falar do Queen, saca, Huňka? O vocalista tinha cara de tudo, menos de vocalista: camisa e calça social, careca, cintinho, sapato social, óculos, barriga precoce. Mas cantava bem direitinho. Arrastados pelo Marco, que só gosta de música italiana e é fanático pelo Vasco Rossi, não tivemos outra escolha. Joguei um sorrisão e um joinha pros meninos no palco, senti vergonha por eles e fiquei com vontade de chorar, e fomos embora.
E só fui dormir às três da manhã, porque queria me livrar do Paul Burke de qualquer jeito. Mula.