pranzo primo maggio

O almoço de primeiro de maio normalmente se faz em restaurante. O patrão paga e come junto com os funcionários. No ano passado resolvemos fazer na casa da Arianna, porque dinheiro não dá em árvores, e esse ano repetimos a experiência.

Quem se ocupou da cozinha foi o tio Guerriero, claro, o Homem dos Dedos Gigantescos, porque quando o assunto é cozinha é ele quem manda e fim de papo.

Ótimo, porque vai cozinhar bem assim na casa do chapéu. O menu:

Coratella di agnello con torta al testo – uma espécie de ensopadinho medonho com os órgãos internos do cordeiro. Tradicionalmente servido com a famosa torta al testo, que compramos no Leo, um velho que só faz isso na vida há anos, em Tordandrea.

Fischioni al sugo d’oca – fischioni è um outro nome pra tortiglioni, uma massa curta que eu nunca compro porque detesto, e acho que só combina com o molho de ganso mesmo. Apesar de menos temperado do que eu normalmente gosto, estava MUITO bom. Mas a morte do molho de ganso é, pra mim, o gnocco. Gnocchetti al sugo d’oca è assim qualquer coisa.

Agnello arrosto e cappone arrosto – cordeiro e galo castrado, assados no forno a lenha. Nunca cozinham porco pro almoço de primeiro de maio porque tem sempre algum muçulmano na “equipe”.

Patate arrosto e insalata – batatas no forno e salada fresca, da horta.

E, de sobremesa, o tiramisù, que o Guerriero levou horas batendo pra não ficar com gosto de ovo.

Os cachorros fizeram a festa com o tanto de ossos que ganharam e aquele monte de gente andando pra lá e pra cá. Brincaram tanto que às sete da noite estavam todos estendidos pelo chão, destruídos, massa falida total. Gatos idem.

Da esquerda pra direita: Maurizio, o Hominho, de Brufa; Stefano, gigantesco, de Cannara, com a mão apoiada no Mustafa, o Marroquino dos Dentes Marrons; Marco, de Bastia; Yavo, maluco da Costa do Marfim, que trabalha só ocasionalmente na oficina porque não sabe fazer nada (não sabe nem de que planeta veio… Mas é uma figuraça e é sempre a alegria da festa, apesar de ninguém entender o que ele diz); Ettore, Mika (irmão do Dejan, o sérvio que está em pé) e Mirco. E, claro, Leguinho e Demo. Faltou o Hussei, que apesar do nome é da Croácia, e o Rinat, que é do Usbequistão. E Jorge, equatoriano, que está de licença médica e ninguém sabe por quê.