E hoje mamãe encarou o cansaço pós-viagem e fomos a Gubbio ver a Festa dei Ceri. Já falei dela ano passado, quando fui com Mirco e Robertinha. Esse ano fomos mais cedo e acompanhamos a festa desde a Alzata (“levantada”), de manhã. Vimos desfile, cavalos, trombetas, estandartes e tudo o mais. E estávamos em ótima companhia: passamos o dia com o pessoal do curso de narração. Almoçamos na casa do Arturo e no meio da tarde saímos pras ruas pra pegar lugar e ver os Ceri passar. Dessa vez vimos de pertiiiiiiiiinho, aquele bicho enorme de madeira vindo todo torto voando pela rua, os hominhos carregando aquele troço com o rosto vermelho, as mãos cheias de bolhas, suor no suvaco, cabelo molhado de suor colado na testa, gritando, gemendo, grunhindo, e o pessoal aplaudindo e pulando uhuuuuuuuuuuu! É MUITO maneiro. Mas passa assim, ó, voando, e quando você vê, já passou, foi-se. Depois dessa primeira passada saímos correndo ladeira acima pra ver os Ceri antes da segunda e última pausa, no alto da ladeira antes da praça. A troca de carregadores na subida da ladeira é emocionante pacas. Arturo contou que no ano passado um dos carregadores do primeiro Cero, o de Santo Ubaldo, tava bêbado (porque a festa começa no dia anterior) e caiu; caiu todo mundo do Cero e os outros dois Ceri que estavam vindo se embolaram na muvuca e caíram também. Mas aí é só levantar e tirar a poeira e dar a volta por cima e correr pra praça, pra dar as três voltinhas e continuar subindo até a igreja. Se Santo Ubaldo chega muito antes dos outros, fecha a porta, dá mais três voltinhas lá dentro, reza um pouquinho e deixa os outros dois pamonhas lá fora, esperando a sua boa vontade. Esse ano parece que chegaram todos juntos, e assim entraram juntos na igreja.
Tipo assim, um evento cultural suuuuuuuuuupercompreensível e normal.
Recomendo altamente.