karma

Tenho comido muita salada de trigo. Aqui no verão a “insalata di farro” é muito comum, e eu, que sou chegada em cereais e leguminosas em geral, faço a festa. Só que a minha salada de trigo tem mais verdura que trigo, porque senão já viu. Quem vê o Tupperware cheio pensa putz, como come, quando na verdade só tem 60 gramas pesadinhos de trigo e duas abobrinhas, duas cenouras, um pouco de milho verde, ervilhas frescas, atum, o que me der vontade. Hoje aproveitei pra reciclar o espinafre que sobrou do jantar de ontem, e ficou uma combinação meio estranha mas deliciosa. Só que duas horas depois eu já tava com fome de novo, e uma ameixa preta, convenhamos, não enche nem o buraco do dente. Tive que apelar pra salvadora barrinha de cereal que eu até já tinha esquecido que tinha, escondida num canto da bolsa.

Mas o pior nem foi a fome, foi a última aula do dia. Meu aluno é um médico superbonzinho, e faço aula com filho mais novo dele, que é uma figura. Ele trabalha com reabilitação neurológica de crianças, coisa interessantérrima, mas putz, como a aula com ele é cansativa!!! Primeiro que ele é completamente desprovido de senso de humor, coisa que ele mesmo admite, e segundo que ele pensa, pensa, peeeeeensa tanto antes de falar que freqüentemente leva três, quatro minutos pra concluir uma frase – o que significa que quando ele bota o ponto final eu já não sei mais do que ele estava falando, e faço só hum-hum e faço outra pergunta. Cacetes estrelados, sexta-feira, as duas últimas aulas do dia, e me cai logo isso! Eu mereço.