El Escorial

O friozinho até que tava bom. Mas a chuva forte realmente é um porre, e como era a última coisa que esperávamos que fosse acontecer, ninguém tinha levado guarda-chuva (eu sempre levo um quando viajo). Resultado: depois do café tarde no Faborit fomos direto pra H&M comprar guarda-chuvas de bolinhas. Acabamos ficando lá fazendo compras, aproveitando as segundas rebajas, coisa que na Itália não rola. Comprei várias coisinhas básicas baratinhas, com descontos de 70%. Dali fomos pra Zara, e mais compras em rebajas. O Gianni acha que nós compramos muita roupa, mas a verdade é que só compramos quando viajamos. E sempre em liqüidação, então não nos sentimos culpados.

Passeando no centro, descobrimos a Cervezaria 100 Montaditos. Levamos um certo tempo pra descobrir como funcionava a coisa, mas basicamente cada mesa tem um bloquinho com 100 “modelos” de minissanduíches. Você escreve do lado quantos quer e eles montam os sandubinhas pra você. Cada sanduba é um euro. Tem desde coisas clássicas, tipo tortilla española, salmão com Philadelphia, queijo Brie, até outras combinações tipo atum defumado com cebola (o melhor de todos) e coisas desconhecidas que eu não anotei e agora não tenho como ir catar no dicionário. Bem legal o lugar. O pão é uma baguetinha quentinha e crocante e os recheios são todos muito gostosos. Ótima idéia.

Depois de voltar ao hotel pra largar as sacolas de compras, pegamos o metrô até a estação de Moncloa pra pegar o ônibus das 15:45 pra El Escorial. A viagem dura pouco menos de uma hora e é engraçado como as partes populadas ao longo da estrada parecem tudo menos a Espanha. As novas casas nos novos condomínios têm telhados pontudos e escuros, parecendo um subúrbio americano. Os galpões das grandes lojas e fábricas parecem os que vimos ao longo das estradas holandesas perto de Rotterdam. Tudo muito não-espanhol, engraçado.

El Escorial, outro patrimônio histórico da humanidade, tem uma história particular que não estou com saco de escrever. É bonito mas não é assim imperdível, apesar de algumas obras de arte interessantes de Tiziano e outros, e da igreja muito bonita.

Aí aconteceu o seguinte: estávamos cansados e com frio, mas Gianni descobriu um restaurante italiano (Rompicapo, Plaza Juan de Herrera, 1) em frente à estação de ônibus. Falamos com um dos garçons, um siciliano, e ele avisou que antes das nove o lugar não abria. Eram tipo seis e meia da tarde. Inacreditavelmente, todos acharam normalíssimo esperar mofando na estação até as nove da noite, pra comer um prato de massa, porque quatro dias sem massa os botenses não agüentam. Eu, incrédula, doida só pra tomar banho e dormir, depois de um sorvete, de uma vitamina, de um McChicken, de um pedaço de pizza tabajara, não importa, tive que aturar mais de duas horas de espera só pra comer macarrão. Eu AMO macarrão e como todos os dias feliz da vida, mas não entro em pane se tiver que me virar com outras coisas por um certo período. E certamente não deixo que comida ruim estrague as minhas férias. Mas esses italianos, vou te contar, ô gente chata e cri-cri!!! Detalhe: depois dessa palhaçada toda Gianni ainda achou o macarrão cozido demais e que o molho de tomate era de lata. Mas faça-me o favor!!! O meu macarrão estava ótimo: ravioli em forma de flor com recheio de camarão e peixe e molho de atum. Depois ainda comi verduras grelhadas – graças aos céus obedeceram ao meu pedido e eliminaram o maldito pimentão. Papo vai, papo vem, acabamos perdendo o ônibus no último minuto. E o próximo saía mais de meia hora depois. A estação já estava fechada e estava FRIO e estávamos cansados. Chegamos em Madri tardão e na estação de metrô só havia gangues de latino-americanos. Aliás, ô gente feia, valha-me…