marseille

Quando saímos pra tomar café na rua descobrimos que o tempo estava lindo. Um frio do cacete por causa do vento gelado, mas pelo menos o céu estava de brigadeiro. Comemos num Brioche Dorée numa rua melhorzinha e depois fomos a pé até a Notre Dame de la Garde, que pra variar fica no alto de uma ladeira miserável. A igreja é bonita por fora mas chocha por dentro, e como os meninos são preguiçosos pegamos um ônibus pra voltar pro porto. Caminhamos ao longo do porto, namorando as flores e os mexilhões, porque era dia de mercado, e paramos pra tomar um aperitivo num bar (na verdade era uma desculpa pra fazer xixi) e bater papo. Esperamos o famoso ônibus 83, que aparentemente faz um percurso panorâmico, mas visto que o dito não chegava, fomos andando a pé ao mesmo restaurante de ontem. Dessa vez pegamos mais leve, todo mundo com saladinhas gostosas, e fomos fazer compras porque os meninos não queriam andar novamente até a abadia. Malditos preguiçosos. Acabamos comprando sapatos vários – como tem loja de sapato nessa cidade, caramba, uma do lado da outra!

Depois de largar as compras no hotel resolvemos subir a rua, já que só conhecíamos a parte que desce pro porto. Queríamos ver a catedral gótica, mas antes paramos pra tomar chá numa casa de chá muito maltratada, mas ainda charmosa. Aproveitei pra comprar um pão integral cheirosíssimo e bater altos papos em uma língua ininteligível com a senhora que nos serviu. Quando saímos já estava escuro e as fotos da igreja ficaram uma bosta. O interior é aquilo mesmo de toda igreja gótica que perdeu os afrescos porque as imagens foram parar nos vitrais, mas eu gosto. Adoro igrejas góticas em geral, e depois que descobri como funciona a coisa, porque a Begônia me explicou, a coisa ganhou mais interesse. Tipo assim, o arco ogival alivia o peso das paredes, que não precisam mais ser cheias e podem receber grandes janelas. Os vitrais fazem o papel dos afrescos. Legal, né. Legal saber coisas. Não me canso nunca.

Na volta pro centro paramos numa livraria pra comprar Astérix, e ganhei uma agendinha com as citações em latim das histórias : ))))

Paramos numa doceria espetaculaaaaaaaaaar pra comprar biscoitos e pirulitos e provar as “azeitonas” de chocolate mais maravilhosas do mundo – amêndoas recobertas de chocolate classe A, tingidas pra parecer azeitonas. Uma coisa de louco. Comprei uma lata pra mim, pra botar os cartões-postais que compro quando viajo, e uma pra Newlands que ela vai amar porque é uma delícia de lata. E nós adoramos coisas inúteis, ocupadoras de espaço mas fofas.

O jantar foi comprado correndo no supermercado da Lafayette: falafel e esfiha pra mim, pão com presunto italiano e brie pros meninos, sushi pra Une. Comemos na copa do hotel, lavamos a louça (toda da IKEA hoho) como se estivéssemos em casa, vimos o início da eleição de Miss France e capotamos. Porque pobre não tem descanso: o vôo de volta sai às seis e vinte da manhã.