Eu não sou festeira. Aliás, estou ficando mais e mais anti-social à medida em que o tempo passa. Mas resolvemos que o ano novo vai ser aqui em casa, então eccomi. Vêm Daniele e Eun Hae, Moreno e a namorada Marta, grávida, e talvez Giuseppe, o contador do Mirco que é um amor de pessoa. O menu: peixe. Graças aos céus está praticamente tudo já pronto, no freezer gigante da Arianna: insalata di mare, a mistura de frutos do mar já temperada pra fazer com spaghetti, dois lagostins e muitos mexilhões por pessoa. Só vou precisar fazer a sobremesa, que vai ser sorvete Gigi. Vocês sabem que eu adoro cozinhar, mas essa cozinha idiota aqui de casa me irrita. Quando nos mudarmos vocês vão ver só, nossa casa vai virar uma filial do Gula Gula no interior do Zaire.
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O chão já está todo pronto, os azulejos da cozinha idem e ficaram lindos, os banheiros idem e não são lindos mas não tinha nada melhor. Semana que vem começam a pintar. Duas paredes cinza na sala. Mirco vai pintar um dos radiadores de vermelho, pra combinar com o quadro do Tin Tin que o Japa me deu e que a próxima criatura a encarar Rio-Roma vai trazer. Os móveis serão todos semi-vagabundos da IKEA porque se daqui a cinco anos eu me encher e quiser mudar tudo não vou ter remorsos financeiros. Casa não é museu imutável.
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Quero ver Apocalypto. Adoro pré-colombianos.
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Spaghetti aglio olio e peperoncino é uma das melhores coisas do mundo.
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Meu pai vem passar um fim de semana aqui em janeiro.