: )))))))))

Os contos de fadas, [Tolkien] destacou, eram histórias sobre o Reino Encantado: “O reino ou estado onde as fadas têm sua existência”. Os ouvintes que haviam lido seu ensaio “Beowulf: os monstros e os críticos” poderiam notar uma semelhança com o modo como Tolkien retratou o poema em inglês antigo. Tolkien falara do poeta tornando seu tema “encarnado no mundo da História e da geografia”. Os contos de fadas, disse à platéia em St. Andrews, eram fantasia, permitindo que os ouvintes ou leitores se deslocassem dos detalhes de sua experiência limitada para “inspecionar as profundezas do espaço e do tempo”. Na verdade, o conto de fadas bem-sucedido era “subcriação”, a façanha máxima da fantasia, a arte suprema, derivando seu poder da própria linguagem humana. O autor de sucesso de contos de fadas “faz um mundo secundário em que sua mente pode entrar. Lá dentro, o que ele relata é ‘verdadeiro’: está de acordo com as leis daquele mundo”.

Tolkien e C.S. Lewis, O Dom da Amizade (Colin Duriez).