Crianças, muito obrigada pelos scraps, e-mails, telefonemas e velinhas mentalmente acesas. Vocês são uns amores :)
Meu primeiro dia de balzaca começou muito cedo, porque dormi mal, como sempre. Levantei cedo e fui pra Ponte San Giovanni estacionar o carro e pegar o ônibus pra Perugia. Doei sangue, tomei o café da manhã reforçado que te dão depois, passei no cabeleireiro com intenção de ajeitar a juba mas a Giuliana me convenceu a voltar na quinta, quando um conhecido deles vai testar um produto revolucionário na minha cabeça pruriginosa. Voltei pro meu carro, passei na peixaria em Bastia pra comprar camarão pro almoço, preparei o almoço e enquanto estava fazendo faxina Mirco chegou com duas plantonas lindas (ele sempre me dá plantas de presente, e depois reclama que a varanda parece uma selva). Almoçamos espaguete com frutos do mar e enquanto o Mirco fazia a sesta fui à Coop comprar terra. Voltei pra casa, botei as plantas nos vasos novos, tomei banho e fui pra Spello falar com o tio da Simona, que tem uma enoteca linda lá. Não vai dar em nada porque ele quer alguém com muita disponibilidade de horário e eu tenho mais o que fazer, mas pode ser que de vez em quando role uma degustação diurna com clientes americanos, quem sabe? Voltei pra casa, recebi um telefonema do José que não sabia que eu tinha tirado férias e quando não me viu pensou eu tivesse me demitido (todo mundo que se demitiu de lá até hoje foi absolutamente proibido de dar tchau pros ex-colegas), outro do meu pai, outro da Valerri de Parri que quando me liga é sempre uma coisa linda, jantamos piadina feita na sanduicheira e capotamos vendo TV.
Marcinha me disse pra guardar a crise pros 40 anos. Minha mãe disse que foi bom ter a crise aos 30 porque assim ela gastou todo o desespero e a neurose dela naquele episódio (isso é o que ela diz… hohoho). Eu não tenho crise nenhuma. Muito pelo contrário. Apesar de ainda estar com a vida em stand-by, gorda e com muito ódio no coração toda vez que vejo a minha chefe, eu fico pensando em quanto eu estou melhor do que quando era mais jovem. Porque, já falei aqui, todo jovem é necessariamente idiota. E eu tenho horror a idiotas. Se bobear às vezes gostaria de já ter nascido velha, pra fazer menos cagada. Mas não nos sendo dado escolher esse tipo de alternativa, me contento de ser espertinha o suficiente pra ficar menos idiota com o passar dos anos (ao contrário, por exemplo, do companheiro da Suely Maria, que aparentemente a cada ano de idade cronológica perde um de idade mental).
Hoje Christine perguntou por que eu não fui trabalhar ontem e eu disse que não queria passar meu aniversário naquele buraco. Ela voltou pra casa pra almoçar e quando voltou trouxe flores e me deu um abraço dizendo que é muito bom trabalhar comigo. Quase chorei, juro. É a velhice que me está deixando emotiva.