Saímos cedo de Kanab e pegamos a estrada pro Grand Canyon. Sim, tínhamos desistido, mas sabe como é, você foi a todos os parques nacionais do oeste americano e não foi ao Grand Canyon, pega mal. Então fomos. Mas fomos à North Rim, muito menos badalada do que a South Rim, porque o visual é menos desbundante, por uma questão geográfica mesmo. De qualquer forma, é lindo, e valeu a pena o détour pra ver o negócio.
De lá tocamos pra Kayenta, parando em Page pra almoçar uma pizza razoável. Kayenta é um lugar horrível, horrível, horrível, triste, decadente, e cheio de índios navajos que estão longe de ser simpáticos ou acolhentes. Era o único lugar onde não tínhamos hotel reservado, e acabamos pagando uma nota pra pegar os dois últimos quartos no Holiday Inn. Largamos as malas e fomos ao Monument Valley, administrado pelos navajos e fora do National Park System, o que significa que nosso passe anual aqui não vale: 5 doletas por cabeça. O parque é lindo, de verdade, mas como chegamos meio tardinho o sol já tava se pondo e o passeio final pela Valley Drive ficou pela metade – dirigir no escuro em uma estrada vagabunda de terra batida sem uma iluminação sequer e sem lua realmente não dá.
O que mais impressiona a gente nesse lugar é a quantidade de espaço. Tudo é incrivelmente enorme, imenso, gigante, sem fim. Você olha pra frente e a estrada, retinha, não termina nunca. O planalto gigante e vermelho te acompanha por um tempo imenso, e depois dele vem outro. De vez em quando uma vaca, um trailer, uma pick-up, mas de resto é só espaço, espaço, espaço. Uma sensação muito esquisita. Vejam as fotos no flickr.
Dica pra quem vier pra cá no inverno: apesar de estar na mesma faixa de fuso horário do Utah, o estado do Arizona não entra em horário de verão, ficando então com uma hora de diferença com relação ao Utah. No inverno os dois estados têm o mesmo horário. Em muitos lugares há dois relógios na parede, um com o horário de cada estado, pra neguinho não se confundir.