A TV Italiana III –

A TV Italiana III – O Que Dah Pra Assistir

Aqui, fora os TG (telejornais), que podem também ser divertidissimos quando alguma coisa dah errada (sao varios os ataques de riso de ancoras que se embolam em alguma palavra complicada), soh dah pra ver dois programas. Um é ‘La Prova del Cuoco’ (A Prova do Cozinheiro), com uma loura lindissima, meio gordinha e absurdamente simpatica e engraçada; minha mae assiste pela RAI International, ainda que nao entenda nada de italiano. Foi de onde a Ana Maria Braga tirou a idéia, copiada cuspida e escarrada, daquela corrida de chefs que tinha no programa dela, o tomate vermelho contra o pimentao verde, dois chefs ajudados por pessoas comuns, que em 20 minutos tem (circunflexo no E) que preparar pratos com ingredientes até aquele momento desconhecidos, comprados por esses ‘ajudantes’ dentro de um ‘budget’ pré-determinado. Enfim, o programa é divertidissimo, além de culturalmente util porque todo dia falam de um produto em particular (ontem foi abobora, de todos os tipos, cores e formas; outro dia foram os cogumelos, enfim, tem de tudo) e dao uma aula de cultura gastronomica. As receitas em geral sao otimas (ou pelo menos parecem otimas), e como passa na hora do almoço, a gente come lambendo os beiços, pensando nas receitas dos outros.

O outro programa é o Striscia la Notizia, que apesar de ter duas garotas ridiculas e sem sal dançando quase peladas entre una noticia e outra, é espetacular. Nao soh é de utilidade publica, porque volta e meia eles desbaratam um esquema ilegal qualquer, mas eles sacaneiam absolutamente todo mundo. Lembram que eu falei do troféu Anta de Ouro, que eles deram ao Rubinho depois daquela palhaçada com o Schumacher? Pois é, sao eles.
Quase todos os dias tem alguma coisa rolando em Napolis, que se voces nao sabem, saibam agora que é a capital mundial da ‘fregatura’, ou seja, da picaretagem. Eles adoram tentar entrevistar policiais que andam de moto sem capacete. Uma vez pegaram o comissario chefe da policia de Napolis que andava pra lah e pra cah de moto, lépido e fagueiro, sem capacete (que em italiano se chama ‘casco’, nao é otimo?). Na maior falsa inocencia, lah vai o reporter:
– Bom dia, comissario, por que o senhor estah sem capacete?
– (cara de bunda) Eu vou soh ali e jah volto, a distancia é curta, deixei o capacete no escritorio…
– Mas comissario, nos acabamos de ver o senhor vindo pela avenida principal, em meio aos onibus e carros, sempre sem capacete.
– Nao era eu, voces estao malucos.
– Nos filmamos, comissario, dava pra ver o seu rosto.
– Vao tomar no piiiiiiiiiii

Essa semana eles estao se dedicando às balsas de emergencia, todas fodidas, nas barcas que ligam a Sardenha ao continente, e ao esquema de cobrança ilegal pra assinar a sanatoria, a legalizaçao dos extra-comunitarios em situaçao irregular na Italia – é o que eu fiz, o pai do Mirco me contratou como ‘badante’ (domééééééééstica, ela era domééééstica…) pra poder me legalizar aqui depois que o meu visto de estudo acabar, em uma semana.

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