Fomos ver Poseidon no cinema hoje. Que bosta de filme! Ótimos efeitos especiais, mas vai ter elenco canastrão assim na China! Os dubladores italianos também não ajudam, já que são canastrões de voz, então já viu. Voltamos cedo pra casa, comemoramos o último dia de festa da primavera com miojo que a Margareth trouxe dos EUA mas não quis levar de volta, e chapamos enquanto a polca morria lá fora.
É oficial: perdi mesmo o ano escolástico na faculdade por problemas burocráticos. Mirco me trouxe um sorvete na hora do almoço pra levantar a moral, mas não teve jeito, tive um ataque. Dormi a tarde inteira porque tristeza cansa, mas à noite já estava um pouco melhor e fomos ver X-Men 3 em Perugia.
Achei de longe o pior dos três. Os efeitos especiais são foda, mas o roteiro é esburacadíssimo e corrido, e além disso aconteceu uma coisa que me irrita profundamente: o sumiço inexplicável de personagens e o inserimento de outros com a maior naturalidade. De onde veio a Kitty Pride, que por sinal eu adorava nos quadrinhos mas achei boboca no filme? Que fim levou o Nightcrawler? Por que a Fênix foi tão pouco valorizada? Por que não foi mais explorada a história da Mística depois da perda dos poderes? Mas a pergunta de um milhão de dólares é: o que é que eles tão esperando pra botar o Gambit nos filmes, hein? :)
Fomos ver Mission Impossible: 3 com Gianni e Chiara hoje. Quer saber? Fora a atuação emocionante estilo caixa eletrônico do Tom Cruise, o filme é muito maneiro. Bem feito PRA CACETE, eu achei. E você fica com os dedos apertando o braço da poltrona do início ao fim. Adoramos.
O problema é que semana que vem sai o Da Vinci Code e Gianni e Chiara, grandes admiradores do livro, querem ver, e querem ver com a gente. Se eu tomar uma Maracujina antes e dormir durante o filme, talvez a coisa não seja tão ruim...
E hoje foi o segundo episódio de Notti sul Ghiaccio (Noites Sobre o Gelo), formato adaptado de Strictly Ice Dancing da BBC. Depois do sucesso de dois anos do Ballando con le Stelle, em que VIPs e professores de dança esportiva formavam casais que competiam entre si, e do altíssimo Ibope das competições de patinação artística durante as Olimpíadas de Inverno, eu imaginei mesmo que um mix das duas coisas acabaria aparecendo. Não sabia que era um format já existente, mas as chamadas do programa não me surpreenderam.
Eu gosto dessas coisas. Gostei de Ballando con le Stelle, porque gosto de ver gente dançando. Gosto também de ver VIPs idiotas fazendo papel de palhaço, mas isso é só um bônus ;) Gosto da Milli Carducci, que apresenta os programas; é uma mulher educada, não-plastificada, que se veste sobriamente, é simpática, não faz comentários idiotas e, sobretudo, NÃO GRITA. Tem cara de mãe de família supernormal, e é por isso que fazia propaganda das cozinhas Scavolini e agora faz publicidade televisiva de uma marca de manteiga. Não conheço nenhum dos VIPs, a não ser aquele traste da Alba Parietti, mulher odiosa que não assume a idade, que usa saia microscópica, que faz bico pseudosexy com os lábios siliconados e sorri com os zigomáticos siliconados e me dá vontade de vo-mi-tar. Ontem ela se fodeu e achei ótimo. Degli altri non mi frega niente, não me interessam porque não os conheço, mas acho interessante notar como uma semana de treinos intensos pode fazer com que um pedaço de pau comece a patinar com um pouco de graça, como quem antes fazia esforço pra ficar em pé nos patins agora já patina até de marcha a ré, e coisa e tal. As roupas são menos cafonas do que as das competições oficiais, estranhamente, e as trilhas sonoras são bem legaizinhas. Acaba sendo um programa legal pra uma noite de sexta em que você não tem forças pra sair e TODOS os outros canais só mostram debates políticos intermináveis.
Então fomos ver V for Vendetta. Nem eu nem o Mirco tínhamos lido os quadrinhos, mas achamos o filme MOITO maneiro. O visual é bacana, a história é legal, eu gosto muito da Natalie Portman, e nem a dublagem estragou. Gostamos, gostamos.
Hoje à tarde fomos ver The Constant Gardener. Gostamos muito. Os saltos cronológicos no roteiro não comprometem, os flashbacks são compreensíveis, a história é interessante, o visual é bonito, a mão do diretor é visível. Gostamos do resultado final, de verdade.
Fomos ver Proof com Mario e Maria Rita hoje à tarde. Ô filme estranho! Não posso dizer que não gostei, apesar da lentidão, mas também não posso dizer que gostei. Muito esquisito. Gwyneth Paltrow com aquela eterna cara sofrida de mulher que não come, Anthony Hopkins normal, Jake Gyllenhaal muito bom. A história é estranhíssima e fala de matemática, assunto que eu normalmente abomino mas é lógico que em um contexto assim diferente não é um problema. Saímos do cinema meio atordoados porque não sabíamos se tínhamos gostado ou não. Eu, hein.
Fomos ver Prime hoje, aquele com Uma Thurman e Meryl Streep. Meio bobinho às vezes, mas bem divertido, e eu adoro as roupas da Uma Thurman. Dá pra passar o tempo. Comi até pipoca murcha do bar do cinema, coisa que vai contra os meus princípios. Mirco nem dormiu, acho.
Apesar do cansaço total e absoluto, resolvemos ir ao cinema depois do trabalho. Fomos com Gianni ver Syriana, mas quem disse que conseguimos ver tudo sem capotar?
O filme é muito estranho e meio angustiante, e fiquei triste de ter perdido várias partes porque aí é que não entendi nada mesmo. Mas como tinha muita, mas muita gente roncando no cinema, é bem provável que o filme seja só chato pra cacete mesmo...
Fomos ver Casanova hoje com o Moreno. O filme é uma bobagem gigantesca, o Jeremy Irons tá ali com aquela cara de Jeremy Irons, a atriz principal é MUITO bonita, e eu odeio o ator principal, odeio, odeio; mas o figurino é uma diliçaaaaaaaaaaaa! E eu adoro ver Veneza no cinema. Assim, de longe, até parece que é uma cidade superviável e vivível...
O negócio é o seguinte: Match Point é totalmente taken for granted. Diálogos idiotas e clichês, olhares clichês, cenas clichês. A única sacada legal é a analogia da bola de tênis com a aliança da velha. Só. O resto é tudo clichê do início ao fim, e isso me irrita MOITO, principalmente quando o ingresso custa 6,50 euros e eu estou com enxaqueca.
Hoje felizmente é feriado. Epifania, mas as crianças conhecem como La Befana, a bruxa que leva doces pras crianças que se comportaram bem durante o ano e carvão pras que se comportaram mal. Adoro esse personagem :)
Acabamos indo ao cinema ver King Kong, que mal tínhamos curtido no piratão do amigo do Moreno, com aquela imagem horrível.
Quer saber? Apesar do Jack Black, que só sabe representar ele mesmo, eu bem que gostei. Forçation total, lógico, mas gostei. Adorei o estouro da boiada de brontossauros, adorei o wrestling entre o King Kong e os T-Rex, adorei o look dos indígenas malvados. Há muitas cenas terrivelmente mal feitas, mas no geral dá pra aturar sem problemas. Pipocão daqueles bãos mesmo.
Vimos Memórias de uma Geisha semana passada com Robertinha. Estava meio desconfiada porque o livro é muito interessante, mas sabe como é, neguinho adora inventar e fazer filmes de merda baseados em livros bons.
Acabou que todos adoramos. Visualmente é um desbunde; aqueles tecidos magavilhosos, a estética japonesa da qual eu gosto só até um certo ponto, paisagens bonitas. Foram bem fiéis ao livro, na medida do possível. O roteiro é meio estranho mas o livro também é, então tudo bem. Gostei, gostei. Vale a pena ver.
King Kong vimos num DVD piratão daqueles filmados dentro do cinema, um horror. Rimos mais das distorções das imagens do que do filme, que deve ser até passável no cinema.
Vimos Ti Amo in Tutte le Lingue del Mondo, do Pieraccioni, humorista toscano muito simpático. Clássico filme italiano idiota, comédia romântica imbecil, mas tem seus momentos.
Vimos Le Croniche di Narnia – eu tinha acabado de ler o livro e achei o filme bem legal, mas semana passada, quando finalmente terminei todos os livros, achei uma BOSTA. Vai ser catequisador assim na casa do chapéu! Socorro! Os dois primeiros são interessantes, mas depois vai tudo descambando numa alegoria tão descarada da Bíblia que eu já tava quase jogando o livro pela janela. Só terminei porque sou MUITO teimosa quando o assunto é livro. Terminei até The Da Vinci Code, vejam só.
E o primeiro livro do ano foi Coraline, do Neil Gaiman (sim, aquele de Sandman). É curtinho, simples, mas bem legal. Interessante pra quem quer começar a ler em inglês, porque é bem facinho mesmo. As ilustrações de McKean também são tenebrosinhas no ponto justo. Gostei.
E logo comecei um Camilleri, Un Filo di Fumo, que não está conseguindo me entreter muito, embora eu saiba que não é culpa sua. E depois que acabar esse vou ter que dar uma parada na leitura (aham...) e enfiar a cara nos livros da faculdade, porque em fevereiro começam as famosas provas das matérias que eu não freqüento. Vai ser mole não.
Fomos ver Red Eye ontem, com aquele menino esquisito que fez 28 Days After. Uma bosta. Julgando pelo título e pelo trailer, parecia que rolava alguma coisa de ligeiramente sobrenatural na história, mas de zôio vremêio mesmo, nem sombra. Bosta, bosta. Ainda bem que fomos em Foligno, que é mais barato.
Ontem vimos O Exorcismo de Emily Rose. Eu adoro essas coisas, apesar de não acreditar nem em deus nem no diabo nem em alma nem em nada. Adoro esses assuntos, quando são tratados direitinho. Achamos o filme muito maneiro, até porque também tem a parte legal, no sentido tribunalístico, da história, o que é sempre interessante. A garota que faz a possuída Emily Rose é MUITO boa atriz – tudo bem que ela já é meio torta naturalmente, tem um rosto esquisito, mas enfim. Gostamos, gostamos.
No fim de semana fomos ver O Quarteto Fantástico. Gente, quequeísso! Que troféu framboesa o quê! Troféu melão pra maquiagem mais patética que eu já vi na minha vida!
A começar pela Susan Storm, com aquele cabelo amarelo-canário. Com menos cara de loura do que ela, só a Yoko Ono. Ou o Micheal Jordan. Socorro! Mas os penteados são legais, e provavelmente impossíveis de se reproduzir em ambiente doméstico, infelizmente. Mas voltando à maquiagem, em certas cenas, com uma iluminação horrenda, a menina ficava parecendo um zumbi. Coisa horrorosa.
Falando em coisa. Aqui chamaram O Coisa de La Cosa, assim no feminino mesmo. Achei mal feitíssimo. Mas gosto do ator. Também gosto do cara que fez o playboyzão chatão do Tocha.
Mas o Doutor Destino... Socorro!!! Que sobrancelhas são aquelas? E as caras e bocas? Se pro nível de Charmed o cara já era um horror, e não se salva nem em Nip & Tuck, imagina como supervilão. Qualquer ator canastrão que conhecemos estaria melhor no papel. Pode falar qualquer um: Tarcísio, Taumaturgo, aquela mala do Lima Duarte. Qualquer um faria um Doutor Destino menos afetado do que aquela criatura.
O filme é completamente idiota, e eu nunca fui muito fã do Quarteto. Mas esses filmes porcaria são tão legais :)))))
Ontem foi um dia infinito. Manhã na oficina, vários giros de lambreta pra buscar peças, parafusos, tinta e outras coisas legais, almoço corrido, duas aulas seguidas, fofoca com Valerio em vez de aula de francês, e mais uma aula comprida em Perugia. Terminei às nove e meia e fui direto pro cinema, encontrar Mirco e Moreno. Vimos The War of the Worlds.
Olha, eu gosto dessas coisas. Gosto de blockbusters, gosto de E.T.s, acho o Tom Cruise simpático e a Dakota Fanning um bom exemplo de que nem toda criança precoce é necessariamente um nojo. Gostei do filme, mas preciso, preciso ler o livro. Porque acho que VER os E.T.s não era necessário – anzi, acho que o medinho é maior quando a gente fica no escuro, sem saber exatamente do que temos medo. Alguém aqui já leu o livro pra dizer se os E.T.s saci-pererê são descritos fisicamente? E se o final é tão brusco? Mas assim no bojo, eu gostei. Cinema-pipoca dos bons. A única coisa chata é que os filmes do Spielberg são tão, mas tão barulhentos que às vezes me irrito. Tem SEEEEEMPRE cenas com um monte de gente falando ao mesmo tempo, ou, pior, berrando ao mesmo tempo. Sempre muitos, muitos gritos histéricos. Eu detesto gente que grita, ainda mais gente que grita sem parar. Mas no geral vale a pena ver. Os efeitos especiais são maneiros, o roteiro tem ritmo meio desigual mas dá pra levar e, principalmente, a idéia de que os vírus somos nós, baby, já muito bem explicada em Matrix, é a coisa mais parecida com religião que faz parte da minha vida.
Vimos Batman Begins ontem. Eu gosto do ator galês, comé que se chama mesmo. Tem horas que acho o menino horroroso, tem horas que acho interessante. Liam Nisson, de quem normalmente gosto muito, está ridículo. Os ninjas todos são ridículos. Aquela garota torta de Dawson's Creek é absolutamente odiosa – no mesmo patamar que ela, só aquela insuportável bochechuda da Renée Zellwegger.
O filme é muito... estranho. Eu gostei, porque gosto do Batman, gostei do visual favelão-futurista de Gotham City, gosto do clima sombrio do filme. Mas achei muito estranho, achei muitas coisas forçadérrimas, muitas coisas inexplicadas, muitas coisas nada a ver. Mas no bojo, como já dizia aquele, vale a pena ver, porque Batman é Batman.
O detalhe engraçado é que morcego, em italiano, é pipistrello, palavra que eu acho de uma comicidade ímpar.
Hoje foi feriado (dia da República) e aproveitamos o dia bonito mas não excessivamente quente pra dar uma passeada. Moreno estava aqui por perto e passou pra pegar uns negocinhos pra tapar os ouvidos. O pai tem um terreno perto de casa, onde planta videiras, batatas e outras coisinhas, e o dono do terreno vizinho às vezes se faz de desentendido e planta milho até dentro do terreno dele. Cansados de reclamar, resolveram fazer uma cerca. Pra fazer a cerca, precisa cavar buracos profundos, mas máquina esburacadeira faz um barulho danado e Moreno cismou que queria os negocinhos pros ouvidos. Aproveitamos que ele ia a Santa Maria e pegamos uma carona. Do terreno à casa da Arianna deve ser um quilômetro e meio, que fizemos a pé, admirando as belas casas da zona. Ainda demos mais uma volta com o Leguinho depois, pra distrair o coitado enquanto o Ettore não voltava da consulta pós-operatória. Meu carro e a lambreta estavam lá desde o início da semana, e aproveitamos pra trazê-los de volta pra casa. Almoçamos tagliatelle com molho de ganso e enquanto o Mirco chapou no sofá aproveitei pra terminar uma tradução chata.
Acabei dormindo também e quando acordamos já tava no final da tarde, e as provas de som pra festa aqui embaixo já tavam começando. Fomos ao cinema em Foligno, que é mais barato e mais tranqüilo, ver, finalmente, o último Star Wars.
O cinema tava vazio, como sempre. Em Foligno não há shopping center e os cinemas são de rua, de instalações modernas mas em prédios antigos, e aí neguinho não vai. Melhor pra gente, que não gosta de farofada.
Eu gostei do filme. Muito. Preciso rever todos os outros mais uma vez, pra entender detalhezinhos que me escaparam, mas achei muito maneiro. Nem vou comentar a canastrice do Anakin porque a Igor-ciganice dele é tão óbvia que nem vale a pena. Nem vou falar dos figurinos também, porque vocês tão carecas de saber que eu a-do-ro essas coisas. Vou reclamar é da dublagem/tradução italiana. Porque aqui Darth Vader virou Darth Fenner (com direito aos dois enes pronunciados comme il faut). Leia virou Leyla. Chewbacca virou Chewbecca. E Jedi, pasmem, se pronúncia djédi. Fora esses pequenos detalhes broxantes, me diverti muito. Jantamos no chinês ali perto e estávamos tão cansados da semana pesada que nem nos incomodamos com a música chata da festa, capotamos assim mesmo.
Dia das mães aqui não é essa badalação toda como no Brasil. Como além disso a mãe do Mirco não tá nem aí pra coisa nenhuma, muito menos pro dia das mães, almoçamos lá ontem como almoçamos praticamente todos os domingos, e depois tocamos diretamente pro cinema. Chegamos tão cedo que ainda tava tudo fechado, coisa que nunca tínhamos visto antes. Como eu não tinha comido quase nada no almoço, por causa de uma coisa desagradável na TV que me revirou o estômago, acabamos indo tomar um sorvetinho básico antes do filme começar, inclusive como parte da preparação psicológica pro filme.
Porque eu não segui o conselho do meu irmão, que é um amor mas tem gostos cinematográficos completamente diferentes dos meus. E lá fomos nós ver Kingdom of Heaven, que aqui foi traduzido como As Cruzadas.
Tenho que concordar com a Mary em alguns pontos: o filme é bem produzido, bonito às pampas de se ver. Os figurinos são leeeendos, coisa que já havia notado n'O Gladiador – os brincos e tecidos são enlouquecedores. As paisagens são lindas, os cenários deslumbrantes, as cenas de guerra são maneiras, apesar de idênticas às d'O Gladiador. Mas pára por aí. Porque fora tudo isso o filme é UMA BOSTA. Que roteiro é esse, sem pé nem cabeça, com diálogos de meia frase por cabeça? Em um segundo o cara é ferreiro viúvo na França, no segundo seguinte descobre que é filho do fulano, no outro segundo está a caminho da Sicília, e meio segundo depois já está em Jerusalém, como se fosse assim, ele mora na Vinícius de Morais e quer chegar no Jardim de Alá, sabe, pertíssimo? Que raio de ritmo maluco é esse? Teria sido mais negócio botar tudo isso em flashback e começar o filme com o Orlandinho já dando espadada a torto e a direito em Jerusa. Do jeito que ficou, demora séculos pra engrenar, e muito pouco faz sentido.
E falando em Orlandinho... Até que ficou melhorzinho de cabelo comprido e barba, mas, convenhamos, vai interpretar mal assim na Maria do Bairro. Ainda bem que, com esse roteiro maluco, ele quase não fala nada. Melhor assim.
O melhor do filme é, definitivamente, uma fala do Orlandinho, quando o feladaputa bispo da cidade propõe que eles se convertam ao islamismo pra se salvar:
- O senhor me ensinou muitas coisas sobre a igreja, seu bispo.
Amém.
Falei que fomos ver A Queda semana passada? Fomos no Teatro Pavone, em Perugia, que era um teatro e hoje funciona praticamente só como cinema, inclusive com sessões em língua original, em parceria com a Universidade para Estrangeiros da cidade. É incrivelmente desconfortável, mas tem o charme que só um teatro antigo tem, e ainda por cima fica no centro de Perugia, que é uma cidade deslumbrante.
Eu normalmente DE-TES-TO o assunto II Guerra. Por n motivos que não importam agora. Mas cismei que queria ver esse filme, e não me arrependi. Achei o elenco muito bom, e a escolha de não abordar a história, as causas, as filosofias da guerra foi acertadíssima. O filme é ótimo, muito realista, bem feito, a produção é acurada. Sai da mesmice dos filmes sobre esse assunto, definitivamente. Recomendo.
Eu cheguei a contar que vimos Alexander semana passada? Já sabíamos que seria uma bela bosta; qualquer filme cujo protagonista tenha cabelos à la Van Halen não pode dar em nada de bom. Mas nós adoramos esses filmões épicos (que aqui se chamam kolossal, sílaba tônica ko), e o Mirco nem dormiu. Eu babei, como sempre, no figurino, nos tecidos, nas espadas, nas armaduras. Também gosto de cenas de guerra pré-pólvera, qualquer uma, até mal feita, desde que eu não veja nenhum cavalo (e, nesse caso, também camelos – ou dromedários? Não lembro – e elefantes) sofrendo. Pra não falar nas risadas que eu dava quando rolava um sentimento entre o Alex e Hefestinho, e a galera fazia hmmmmmmmm! Ah, gente, são essas bobeiras que dão sentido à vida, né não?
Fomos ver Birth com o Moreno ontem à tarde. Cinema vazio, nada de fila, aaaaah, maravilha!
Pena que o filme é um porre. UM PORRE. A história até que não é das piores, mas a mão do diretor é pesada demais. O filme é totalmente feito de coisas que eu abomino em cinema:
. Diálogos cheios de pausas longuíssimas e absolutamente inexistentes na vida real. Olhares podem ser expressivos, mas definitivamente não são capazes de manter diálogos complicados.
. Pessoas paradas olhando mudas pra algo que não tem nada a ver com nada, por horas a fio, algo também inexistente na vida real.
. Diálogos com perguntas não-respondidas, sem que alguém se irrite com isso. Tipo:
- O que é isso?
...
- O que é isso?
...
[No que uma pessoa normal começaria a chacoalhar o interlocutor não-respondente]
. Cenas overdramáticas e ridiculamente teatrais que só vão fazer sentido no final do filme.
. Situações absurdas que todo mundo acha normal. Tipo: casal novaiorquino cheio da grana acha normal que um menino desconhecido entre em casa e peça pra falar com a patroa a sós, na cozinha. Ora, por favor!
. Atuações ridículas aduladas pela imprensa. Quem foi que disse que o garoto que faz o Sean "deu um banho de interpretação"? Ficar parado sério olhando pro nada não é difícil, especialmente pra americanos, que normalmente nascem com aquele bloqueio total dos músculos da expressão facial.
Caraca, que ódio, que filme lento, que filme chato! Que vestidos LINDOS os da Nicole Kidman! Filme chato me deixa de péssimo humor.
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Como o grande lance aqui é o almoço do dia 25 e não o jantar do dia 24, fomos comer no restaurante chinês de Ponte San Giovanni na volta do cinema. Moreno nunca tinha comido chinês, mas detonou o arroz cantonês e o frango com amêndoas. Acabamos indo dormir cedo, mentalmente cansados de tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo na família e profissionalmente. Hoje tem o maldito almoço na Arianna, distribuição de presentes ridículos e coisa e tal. Ainda bem que o Mirco já decidiu que logo depois do almoço vamos cair fora. Não vamos ao cinema à tarde porque já vimos tudo o que está em cartaz. Provavelmente vai rolar um DVD em casa mesmo. Acho ótimo.
Fomos ver National Treasure, aquele com Nicholas Cage. Cara, na boa, há anos eu não via um filme tão idiota. O filme chato! Fora os cliches interminaveis, a história é idiota, o roteiro trata o espectador como retardado mental, e o elenco é uma bela bosta. Odiei.
Já tava tarde pra jantar fora quando voltamos de Foligno, então pegamos Spiderman 2 pra ver em casa. Gostei, mas não achei isso tudo que falavam não. Achei meio assim... Meio mais ou menos, sei lá. Faltou alguma coisa que não sei o que é.
Fomos ver Donnie Darko em Foligno. Não entendi nada. Tudo bem que levamos horas pra estacionar e acabamos perdendo o início, mas mesmo assim achamos que nada fez sentido. Alguém me explica?
Fomos ver Starsky & Hutch. Juram que isso passava no Brasil? Eu não lembro.
Achei... Achei meio mais ou menos. Há alguns momentos-risada, e o Snoop Dog é QUALQUER COISAAAAAAAAA, mas no geral é decepcionante. Achei que eu fosse morrer de tanto rir, mas foram só risadinhas assim meio de lado, sabe.
Eu nem falei, mas semana passada fomos ver Troy. Achei tudo muito divertido, a começar do nome do filme, que não foi traduzido pra Troia porque troia, em italiano, quer dizer piranha – e não estou falando do peixe amazônico. Hohoho.
Não, falando sério: o filme é descaradamente ridículo, mas não por isso menos gostável. Eu adoro essas tranqueiras, filmes épicos, kolossals e porcarias do gênero. Então vamos aos prós e contras:
Adorei:
. Os figurinos das mulheres. Tecidos lindos, penteados legais, brincos ma-ra-vi-lho-sos. E a Helena? Não sei como se chama, mas a garota é linda mesmo...
. As armaduras, até aquelas que deveriam ser de couro mas tinham toda a pinta de borracha.
. As locações externas. As gravações começaram no Marrocos, mas depois, por motivos de segurança, foram transferidas não lembro pra onde...
. O cavalo de Tróia, lindo! Talvez meio modernoso demais, mas eu adorei.
. Os barcos, deliciosos.
. As cenas de batalha, bem razoáveis. Já comentei aqui várias vezes que eu adoro cena de batalha, desde que seja pré-pólvora. Tiro não é comigo. Só que eu acabo morrendo de pena dos cavalos, que se ferram sempre nesses casos, e no final das contas nem curto muito...
Odiei:
. Os diálogos. No comments pra esse roteiro.
. As roupinhas dos homens, todas de barriga de fora. Olha, todos os arqueólogos do mundo podem vir me dizer que era assim mesmo, que era suuuper na moda na Antiguidade, mas eu não acredito. Uma coisa assim tão ridícula não pode ter sido considerada normal, em nenhum período da história da humanidade. Homem de top não, não, não, não. Por favor.
. As roupitchas tie-dye. Please.
. Os cabelos amarelos do Brad Pitt. Tadinho, não acho que ele seja grandes coisas em termos de beleza (e com certeza tem as ventas mais feias do cinema americano) mas como ator até que funciona. A cara de tacho dele durante a conversa com o rei Príamo foi bem convincente. E também gostei dele em Ocean’s Eleven e Fight Club. Mas cabelo oxigenado não, não, não, não.
. As cuecas, que não deveriam estar lá. Por puro preciosismo histórico, naturalmente.
. O Hulk-Ettore. De barba até que ficou melhor, deu mais volume ao queixo e consequentemente mais cara de macho, mas não sei se é aquele leve estrabismo que lhe dá um jeito de panaca que não me convence, não tem jeito.
. As locações internas. Cada templo mais feio que o outro! O que era aquela estátua de fibra de vidro pintada de dourado, representando Apolo em frente ao templo? Os deuses sempre gordos nas estátuas, não gostei não.
. Aquiles garanhão, pegando todas. Na boa, ele não era viado?
Tô querendo ver Harry Potter, mas ainda não tivemos coragem de enfrentar as hordas de peruginos-sem-coisa-melhor-pra-fazer-do-que-ir-ao-cinema-no-domingo.
Ah, e ontem aproveitamos o tiquinho de sol pra ir ao Subasio com os cachorros. Tenho só que subir as fotos. Vocês vão ver, entre outras coisas, O Cachorro de Língua Gigante. Leia-se Legolas depois de ir buscar a bolinha 4.259.856,74 vezes.
Estou vendo o segundo e último capítulo de Nerone (Nero, em italiano), microssérie de produção americana, penso, com alguns atores italianos infiltrados. Sempre vejo essas porcarias porque adoro figurino de época, mas nem sempre é bom negócio. Por exemplo: até onde eu sei, Nero era uma bicha louca, não sei se mais bicha que louca ou mais louca que bicha, e mau que nem pica-pau. Nessa série ele é bonzinho, tem um corte de cabelo super moderno, defende a plebe, salva gladiadores da morte, casa por amor, tem remorsos e escrúpulos. Será que a irritação de ver essas incongruências históricas é compensada por meia dúzia de armaduras legais, tecidos deslumbrantes e brocados fabulosos? Sei não.
Quarta-feira é dia de cinema (porque o ingresso custa € 5,50 em vez de € 7). Fomos ver Van Helsing. Antes tivesse ficado em casa passando roupa...
Sabe um filme tão ridículo que dá pena? É esse. O filme inteiro é ridículo, do começo ao fim. Os cenários são vergonhosos, o figurino é de uma cafonice ímpar, os efeitos especiais são sofríveis, o elenco inteiro é canastrão (o Faramir, que já era orelhudo e bobo quando era Faramir, vira um monge retardado; o pobre Wolverine fica ridículo de cabelão e chapelão; as “esposas” do Drácula são tão chatas e forçadoras de barra que da vontade de bater), o roteiro é um samba do crioulo doido (Drácula faz filhos que nascem de CASULOOOOOOOOOS pendurados no tetooooooooo, gosmentos e rabudoooooooos), os diálogos são absurdos, é um horror! A única coisa que se salva é o Drácula. Não sei quem é o ator, mas ele manda bem. O resto, senhores, é tão ruim que chega a dar pena.
Ontem fomos ver Kill Bill vol. 2. Quer saber? Gostei não. Não gostei NADA, excrusive cheguei a dormir no final e quando acordei ela já tava dando as dedadas no Bill e eu não entendi nada. As únicas coisas legais do filme são a trilha sonora gostosinha e a B.B. que é leeeeeenda. O resto, crianças, é lenda.
A noitada de sábado teve seu preço: ontem estávamos completamente morgados e não tivemos forças pra ir ao cinema. Acabamos ficando em casa comendo pizza de alecrim com sal grosso e de cebola com sálvia (a de speck e scamorza ficou pra hoje) que fizemos juntos, e vendo Some Like it Hot no vídeo. As conclusões:
. A minha pizza é boa BAGARAI.
. A Marilyn era linda de rosto, mas absolutamente baranga de corpo. E que cabelo duro é aquele, minha querida? Quem inventou o platinum blonde contribuiu pra enfeiar a humanidade, e só.
. Não gosto de clássicos do cinema. Inocentes demais, bobos demais. Não gosto.
Fato: estou me brigittebardotziando. Ver bicho sofrendo me dá tanta ou mais pena do que ver gente sofrendo. Cheguei a essa conclusão depois de ter virado o rosto váaarias vezes durante Hidalgo - Oceano de Fogo, cada vez que um cavalo se machucava, caía, tinha enxaqueca, indigestão, escarlatina. Não aguento ver, não consigo, e não adianta saber que é tudo mentira: me sinto péssima.
[Eu gostei do filme. As paisagens são lindas, há muitas belas tomadas, e os tecidos que a Jazira usa são DI-VI-NOS!]
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Aí fui ver a Paixão do Mel, com FeRnanda e Fabião. FeRnanda chorou rios e se emocionou horrores, “principalmente por saber que foi tudo verdade”. Eu, descrente que sou, não me angustiei porque era Cristo sofrendo, mas porque era alguém sofrendo, ponto. Talvez se tivesse sido uma foca, um cachorro, um papagaio sendo chibatado, teria me angustiado mais ainda, não sei.
Adorei o lance do aramaico e do latino, adorei ver tantos atores italianos ali no meio (embora em termos de atuação mesmo ninguém tenha feito nada, visto que o filme é sobre chibatadas e assim sendo não deixa espaço a grandes diálogos ou interpretações inesquecíveis. A coitada da Monica Bellucci, linda até quando está suja e fedida, se fala duas frases em aramaico gaguejante é muito ), adorei os figurinos. Mas a Paixão é só isso: um filme cujo argumento central é a chibatada. Não ensina nada, não diverte, não deixa triste, não excita, não romantiza. Não faz nada. Sabe o filme totalmente, absolutamente desnecessário? Sabe aquele que não serve nem pra te irritar por ter visto um filme ruim? Então. Porque o filme não é ruim. É simplesmente inútil, o que eu considero pior que ser ruim e/ou chato. Totalmente inútil. Você fica lá vendo as chibatadas, todo aquele sofrimento exagerado (porque sinceramente acho pouco provável que alguém consiga sobreviver por tanto tempo a tanta chibatada, porrada e cuspe na cara) te incomodando, e depois o que acontece? Nada. Lhufas. E não venham dizer que é porque eu não acredito em Jesus, porque não é. Eu não só não acredito como não conheço a sua história, e continuei do mesmo jeito, ou seja, sem conhecer nada, uma vez que o filme conta só a parte das chibatadas e nada mais. O problema é que quem já conhecia a história não aprendeu nada de novo, e quem não conhecia permaneceu inguinorante. EU SEI que o filme é mesmo somente sobre chibatadas, já sabia disso antes de sair de casa pra ir ao cinema, mas mesmo assim achei decepcionante, vazio, chibatasófilo em excesso, muito pior do que eu imaginava.
Perdi, além dos 7 euros do ingresso, tempo precioso. Não gostei disso não.
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Pra compensar, pegamos Lost in Translation anteontem em DVD. A-do-rei :) Adorei as celulites e a barriga da menina (esqueci o nome), adorei a parte estética do filme, adorei as cores, adorei os diálogos, adorei os atores, adorei tudo. Só não colocaria aquele beijo, ainda que casto, no final.
Ontem, na TV, no meio de uma das enésimas reprises de Hunter (essa porcaria passava no Brasil?) – aquelas reprises tipo tapa-buraco-na-programação – vejo o George Clooney novinho, FEIO, com cara de mexicano, e usando ombreiras!!! A Mastercard tem razão mesmo: certas coisas não têm preço...
E fomos ver I Fiumi di Porpora 2, que não sei como é em português – Rios de Sangue, talvez? Rios Vermelhos? Eu gosto de thrillers com tema religioso. Acho a história de qualquer religião uma coisa tão sinistra que não consigo imaginar um background melhor pra ambientar um filme desse tipo. Então fui toda pimpona, crente que ia ver um filmaço, tipo Second Name, do qual gostei muito. Doce ilusão, ó paca.
O filme começa mais ou menos bem, com algumas belas imagens e o charme antipático do Jean Reno. Mas logo o roteiro começa a mostrar-se como é: incrivelmente esburacado e sem sentido. Não se explica nada, não há nenhuma noção de tempo ou de espaço, os personagens não têm nenhuma profundidade, TODOS os lugares do filme são sinistros e lúgubres (vai ser óbvio assim na China), e há vários absurdos científicos que só podem ser resultado de duas coisas (ou uma combinação delas): 1) a certeza de que os espectadores são todos idiotas E desinformados e 2) preguiça de fazer direito a pesquisa necessária quando se fala de anfetaminas, de Linha Maginot, de Bíblia. Saí do cinema decepcionada. E isso me deixa meio irritadinha.
Então começamos a falar sobre o filme do Mel (sentiram a intimidade?), que felizmente não vai ser dublado quando sair aqui, dia 7 de abril. Acaba que o Peppe, amigo carola do Mirco, já viu o filme, legendado em Inglês, num CD piratão que depois foi devidamente repassado aos frades do convento que ele frequenta (aquele onde fomos ver um jogo da Juve ano passado, vão lá procurar nos arquivos que eu não lembro mais quando foi). Vamos ver se ele faz a caridade cristã de nos fazer uma cópia do CD. Porque eu não tô a fim de pagar 7 euros pra ver esquartejamento de ninguém na tela, mas ao mesmo tempo tô morrendo de curiosidade...
Não conta pra ninguém não, mas eu sou contrabandista gastronomico-cinematográfica. Simplesmente me recuso a gastar algo em torno aos 6 euros em pipoca e água mineral no cinema. Como aqui rola aquela proibição totalmente anti-democrática de entrar nas salas de projeção com qualquer coisa comestível comprada fora do bar do cinema, aos poucos fomos desenvolvendo técnicas de contrabando alimentar que estão ficando cada vez mais sofisticadas.
No início eu simplesmente escolhia uma bolsa grande quando íamos ao cinema. Grande o suficiente pra acomodar uma latinha de amendoim e duas garrafinhas de suco de fruta. Normalmente ia com uma bolsona tipo carteiro da Animale, que me acompanhou na minha primeira viagem à Itália e tem bastante espaço, com o incômodo único de ser MUITO pesada, mesmo vazia. Uma vez fomos ao cinema com a Stefania, irmã do Mirco, e aproveitamos o espaço bolsal feminino duplicado pra levar tremoços (lupini), pipoca feita em casa, suco e água mineral.
O último upgrade da técnica resulta em levar guloseimas de casa dentro de uma sacola da Sisley (que, pra quem não sabe, pertence ao grupo Benetton, tem roupas bonitas e quando entra em liquidação alguém tem que me amarrar em casa pra eu não sair comprando tudo com 70% de desconto). Poderia ser uma sacola da Benetton, que assim como a Sisley está presente no shopping onde fica o cinema (onde tem uma Benetton tem uma Sisley e vice-versa). Mas a sacola da Sisley é preta e discreta, ao contrário da verde transparente da casa-madre, que é reveladora demais.
Ontem levamos de casa Pringle’s, coca-cola e suco de maçã e banana quando fomos ver L’Amore è Eterno Finché Dura (filme muito fraquinho).
Eu me sinto poderosíssima boicotando a pipoca murcha e superfaturada do Warner Village Cinema :)
Fomos ver Cold Mountain ontem. A paisagem é linda (parece que o filme foi rodado na Romênia, corrijam-me se estiver errada), a Nicole Kidman é linda, o Jude Ló é um pão-de-law, as cenas de guerra são bem feitas, embora eu só goste mesmo de cenas de guerra se forem pré-pólvera... Eu achei só dois problemas no filme:
1) Muitas coisas não fazem sentido, muitos diálogos parecem incompletos ou dão a impressão de serem continuações de outras conversas que nós, espectadores, não ouvimos. Deve ser um caso clássico de adaptação tabajara pro cinema de um ótimo livro. Ou vai ver que o livro era uma bosta mesmo e não havia muito o que fazer pra remediar.
2) Tem a Renée Zellweger no filme. ALGUÉM MANDA ESSA MULHER PARAR DE FAZER BICO, PELAMORDEDEUSSSSSSSSSSSSS E estou pensando em criar uma campanha internetal: doe 1 dólar pra financiar a bochechotomia da Renée Zellweger!
Vem cá... Somos só eu e o Mirco que achamos a Angelina Jolie FEIA? Com aquela boca deformada?
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O que merece um arquiteto que planeja o banheiro feminino de um multi-sala num movimentado centro commerciale sem UM ÚNICO gancho pra bolsas, casacos, cachecóis e eventuais sacolas de compras? Acertou quem disse um dedo no olho.
Vi Cidade de Deus em DVD ontem. Dublado. Mas mesmo assim, A-DO-REI! Adorei tudo, roteiro, fotografia, edição, trilha sonora. Claro que é, digamos, extremamente parecido com Traffic, das cores à instabilidade da câmera, mas não tem problema: tecnicamente o filme é bárbaro. Adorei, e fiquei muito orgulhosa. Se não tivesse toda aquela gente incrivelmente feia e suada na tela, pareceria coisa de Hollywood (ou Ólivud, como pronunciam aqui na Itália.)
Dois novos modelos de mala no mercado, além dos famosos Brasileiros Chatinhos que Moram na Alemanha e se Acham OOOOS Alemães: são a senhorita Helio, que não entende nada de crase, apesar de estudar Comunicação Social, e a senhorita Alonso, que não paga as contas no restaurante (e também não entende nada de crase). Ou as duas não pagam as contas no restaurante e eu estou confundindo uma com a outra? Vai ver que fiz confusão porque o nível de chatice delas é tão grande que obscura as suas personalidades individuais e as transforma em um único Ser Desconhecedor de Crases e Pentelhador de Pessoas.
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Ontem fomos ver The Jury, com aquela fofura do John Cusack, o fodão Gene Hackman e o eterno Tootsie Dustin Hoffman. Olha, eu falo, falo de subliteratura, mas adoro um Grisham. Não pela emoção, porque quem tem um mínimo de tarimba de cinema saca logo onde ele quer chegar, onde a coisa vai terminar; mas pelos sutis detalhes psicológicos e truques jurídicos, e pela revelação de novos pontos de vista sobre coisas aparentemente óbvias. Eu adoro filme/série de advogado e medicina legal. Pena que aqui eu não tenha TV a cabo, e na TV aberta só passa CSI (que eu amo, mas dublado tira metade da graça). Adorava Law and Order, Family Law e outros seriados do gênero. E adoro os filmes baseados em livros do Grisham. São todos essencialmente iguais, mas maquiados de modo diferente, digamos. Eu gosto. Gosto de ver aqueles diálogos absolutamente impossíveis na vida real, onde um personagem manipula as emoções e as palavras do outro com tanta facilidade.
Bom, mas também eu gosto de filme onde o carro cai da ribanceira e explode, tão querendo o quê...
Não que eu jamais vá ao cinema pra assistir a filmes mais densos. É que eu acho a vida já tão complicada que quando vou ao cinema quero só abstrair, relaxar, esvaziar o céLebro mesmo. E pra isso não tem nada melhor do que um bom filme hollywoodiano, cheio de chavões e com final meloso e feliz.
Mas tenho que admitir que a safra ainda muito ruim. Os últimos filmes super hiper mega fodas que eu lembro de ter visto foram Traffic e The Insider, anos atrás.
De repente eu me empolgo e termino de escrever o roteiro que comecei quando fiz o curso de roteiro cinematográfico na PUC, eras glacias atrás... ;)
Se bem que, do jeito que anda a coisa, mais fácil seria escrever um combinado de guia de turismo/tratado antropológico sobre a sociedade umbra/livro de receitas... Que viria, é claro, com uma foto patografada do Legolas de brinde.
Renée Zellweger é definitivamente a atriz mais insuportavel e enjoada que o mundo ja produziu. E uma bochechotomia radical lhe cairia muito bem.
Então ontem fomos ver o Retorno do Rei, aqui no cinema tabajara de Bastia mesmo porque não estávamos com saco de ir até Perugia.
Olha, eu gostei. Os efeitos especiais e as cores são uma bosta, mas eu gostei. Muito melhor que o segundo filme. Mas pela cara do Mirco e de vários outros no cinema, e pelos cochichos explicativos que se multiplicavam na sala de projeção, acho que deve ser MUITO confuso pra quem não leu os livros. Nomes demais, lugares demais, mudanças de cena demais, reis demais. Quando voltei pra casa peguei meu mapa de Middle-Earth em italiano e dei uma aulinha de geografia pro lanterneiro, mas ele não gosta muito desse tipo de literatura e só fingiu que entendeu hehehe
Minas Tirith é tudo na vida. Confesso que chorei quando apareceu pela primeira vez. Quero ir morar lá.
O que é aquela cena ridícula do Legolas subindo no oliphaunt? Vai apelar assim na China, PJ...
E a pessoa responsável pelas perucas e implantes dos atores merece umas cinco dedadas em cada olho. O pior, de longe, foi o Denethor, que com aquela linha de inserção capilar parece ator canastrão em fim de carreira apelando pra recursos estéticos lamentáveis pra ver se a queda ao ostracismo vai mais devagarinho.
Adoro os Rohirrim. O Forth Eorlingas! (Avanti, Eorlingas... *sigh ) logo antes do ataque aos orcs que estão incomodando Minas Tirith foi de arrepiar.
Acho que a atriz que faz a Éowyn tem muita cara de boazinha. E louras com cara de boazinha, é universalmente sabido, não matam Witch-Kings.
E gostaria de ter visto o Shire devastado por Saruman e Wormtongue... Hobbits rebeldes no cinema, isso sim seria uma revolução.
Mas no geral, gostei, gostei.
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Hoje de manhã cedo fomos doar sangue em Perugia, eu, Mirco e um rapaz que trabalha pra ele, que no final das contas não pôde doar porque tava com a PA baixa demais. Tava frio, tudo bem, mas quando chegamos a um certo ponto (ou a uma certa altura em relação ao nível do mar – Perugia está no alto de uma colina), demos de cara com neblina e com inesperados chão e telhados nevados. Tivemos que estacionar lá na casa do chapéu, porque ninguém lembrou de espalhar sal nas rampas do estacionamento, e depois de ver a pequena Fiat Panda à nossa frente deslizar sem controle rampa abaixo, demos marcha a ré e fomos procurar vaga em outro lugar que não fosse um plano inclinado.
A coisa não foi simples, porque como doadora de primeira viagem (na Itália, claro) tive que fazer ECG, exame físico cardiológico, preencher fichas e responder a perguntas idiotas. Mas nesse vai-e-vem dentro do hospital Monteluce fiz amizade com todo mundo hehehe Da enfermeira que me mediu a pressão e rodou o ECG e acabou falando da alergia a cipreste da filha, ao médico jovem e claramente inexperiente que olhou meu ECG e me fez as perguntas idiotas (e quando viu a ficha me disse, “allora sei medico? Brutta cosa...”), à médica de Foligno que me encaminhou ao ECG dizendo que todo médico é um paciente chato e negligente e ela também só foi fazer o primeiro ECG aos 40 anos, passando pela médica bonitona de olhos maquiados com uma pesadíssima sombra azul, que conseguiu a proeza de pronunciar meu nome corretamente; o enfermeiro que tirou sangue do braço direito pra tipagem sanguínea e fez a clássica pergunta da “saudaje”, a enfermeira que me encaminhou à sala de doação, que descobrimos ser nossa vizinha do andar térreo; incluindo a enfermeira que fica vigiando a galera na sala de doação, impedindo que neguinho se empolgue e levante e saia andando logo depois do procedimento, enfermeira essa que confessou ser médica mas há anos ter abandonado a profissão pra virar enfermeira, e terminando com a senhora que nos dava o café da manhã depois da coisa toda (a doação se faz em jejum pra aproveitar e fazer glicemia e colesterolemia, além dos clássicos testes anti-infecciosos).
Minha PA costuma ser muito baixa, de cadáver mesmo, mas dessa vez tava a 120 x 80. Mesmo assim quando cheguei em casa, depois de ter ido ao banco e aos correios em S. Maria, não estava me sentindo muito bem. Dor de cabeça e mal-estar muito pentelhos. Almoçamos pesto de novo, porque não tava com o menor saco de inventar nada pra comer. Não comi quase nada e fui dormir. Acordei às quatro da tarde. Insomma...
A primeira vez que doei sangue eu ainda era caloura. Lembro que eu já tava no terceiro pirulito (eles te davam um pirulito enquanto você ficava lá abrindo e fechando o punho) e a bolsa nada de encher. Meus amigos chegavam, doavam e iam embora, e eu lá. Que coração preguiçoso, credo. A enfermeira chegou a vir me sacanear, perguntando se eu tinha certeza de estar viva. Hmpf.
Só passei mal depois de doar sangue uma vez. Foi a última vez que doei dentro do Gaffrée, em campanha do HemoRio (depois passei a ir diretamente ao HemoRio. Aliás, vão, queridos, é realmente um ato de solidariedade. E ainda te fazem um monte de exames de grátis, e te dão coisas gostosas pra comer depois. DOEM SANGUE!). Era um dia quente e minha pressão tava realmente baixa. Como no meu caso a hipotensão é uma coisa fisiológica, insisti tanto que consegui convencer a enfermeira que me examinou a me deixar doar. Me entupiram de água mineral, coca-cola e suco de laranja pra aumentar o volume de líquido dentro dos vasos, e consequentemente elevar a PA até o próximo xixi. Assim que terminou eu estava legal, mas no meio do curtíssimo trajeto até a casa da minha avó, comecei a me sentir muito mal. Um peso na nuca, vertigem, náusea. Cheguei em casa verde, me joguei no sofá e dormi o dia inteiro. Pelo menos aprendi que pressão cadavérica = no way doação.
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Hoje é Giorno della Memoria, pra lembrar o Holocausto. Perdoem-me, mas confesso que não suporto mais esse assunto, simplesmente porque a coisa toda é muito over. Como assim, maior tragédia da história humana, como anunciam na TV aqui toda hora? Perguntinha básica: e todos os outros felasdaputa que mataram (e ainda matam) milhões de pessoas em outros países, que nem preciso citar porque todo mundo aqui é bem informado e não-burro e é capaz de dar o nome de pelo menos um carniceiro genocida que não seja o Hitler? Por que o único genocídio considerado realmente trágico é o holocausto? Por que será, hein?
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A sopa ficou ótima!
E ontem quem ganhou 38.500 euros no Passaparola foi um cara que participou de duzentos mil puntate (cada episódio de um programa televisivo se chama puntata) no ano passado, mas por causa de um erro teve que abandonar o barco. Depois ele foi conferir e viu que o erro não tinha sido erro, estava certíssimo, e recorreu. Mes passado ele voltou. É muito simpático, apesar de ter uma cara meio de maluco. Todo programa ele canta uma canção de ninar, sempre muito pouco convencional, antes de passar pra última parte do programa, em que há 21 perguntas, cada uma com a resposta começando com uma letra do alfabeto (lembrem-se que em italiano não existe a letra j). O cara acerta as coisas mais cabeludas, não tem pra ninguém! Mas quase sempre fica faltando uminha pra responder. Ontem ele acertou todas as 21, sendo que a última ele papou faltando 5 segundos pro tempo terminar. Tadinho, tava tremendo, e quando acertou a vigésima-primeira começou a chorar.
Não conta pra ninguém não, mas eu chorei também...
Do jeito que a coisa anda, vou ter que abrir um fã-clube do Legolas…
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Grata surpresa no cinema, quinta-feira à noite. Fomos ver Master and Commander, que era o único em exibição que ainda não tínhamos visto. Mirco dormiu (quando ele tá cansado/estressado/irritado/agitado vamos ao cinema pra ele dormir), mas eu juro que gostei do filme, apesar do Russel Crowe e do assunto do filme – normalmente detesto filmes sobre navios, submarinos, tempestades no mar e coisas do gênero. Mas dessa vez eu gostei. O que é aquele garotinho louro que perde um braço? O QUE É AQUELE DE RABO-DE-CAVALO E CICATRIZ NO ROSTO? Gente, que garoto lindo! Socorro!
E as palavras italianas do dia são:
Paraculo = espertalhão, que passa os outros pra trás
Taroccare = adulterar o resultado de alguma coisa
Prendere per il culo = sacanear, fazer de bobo
Canone = “assinatura” da televisão aberta, obrigatoria
Palavras úteis pra explicar o bafafá que anda rolando por aqui, como bem já cantou a pedra a Simone. Já mencionei aqui, mais de uma vez, o programa Striscia la Notizia, que desmascara magos, sacaneia políticos, atores e qualquer um que seja flagrado fazendo besteira ou fazendo papel de bobo, enfim, revela podres de toda e qualquer natureza. Essa semana resolveram pegar no pé do Paolo Bonolis, que é um dos substitutos da dupla de Striscia, quando saem de férias, e que agora apresenta um programa chatérrimo e sem sentido mas que deu imensa audiência, pela RAI Uno. O programa, que se chama Affari Tuoi (pô, nem sei como traduzir isso... algo como o problema é seu, it’s up to you, it’s not anyone’s business but yours, sei lá), é mais ou menos assim: no começo, há um representante de cada região da Itália. Bonolis faz uma pergunta, sempre absurda (a única vez em que assisti ao programa a pergunta era qual dessas festas regionais era verdadeira: festa da cebola, do peito de frango, do arroz queimado, essas coisas), e quem responde corretamente e mais rápido é escolhido pra participar. Cada participante, e não lembro quantos são no final das contas, tem uma caixa. Quem ficou de fora também tem uma caixa. Cada caixa tem ou um valor em dinheiro, que vai dos dez centavos de euro ao meio milhão de euro, e há algumas caixas com outras coisas inúteis, tipo um ovo cozido, uma berinjela, etc. Basicamente o jogo é uma mistura de perguntas e de opções entre trocar a caixa por uma outra ou não. E o objetivo, obviamente, é abrir, no final do programa, uma caixa que contenha uma boa quantia de dinheiro, em vez de um ovo cozido ou dez centavos.
Pois bem. Striscia descobriu que todos os participantes são atores, que assinam um contrato de 600 euros e renunciando ao eventual prêmio – premio esse que é decidido com muita antecipação, ou seja, a produção do programa já sabe quem vai ser o ganhador do último programa da série.
Striscia fez uma vinheta onde Bonolis aparece com uma linguinha de cobra, e depois o slogan: Paolo Tarocchis, The King of Paraculs. Dei tanta risada quando vi que saiu água mineral do meu nariz.
Esse assunto do programa “taroccato”, ou seja, onde é tudo montado e a produção decide quem e quando ganha o quê, foi puxando outros, e eles foram achando imagens de atores usados em mais de um programa do tipo Marcia Goldstein. Gente que vai pra TV fingir que está lavando roupa suja, mas que participa de outros programas do mesmo tipo, reciclando assim histórias e personagens.
Claro que a gente sabe que é tudo montado, mas uma coisa escandalosa assim, eu só tinha visto no festival de San Remo do ano passado, quando a vencedora já tinha sido escolhida meses antes do festival começar. O mais engraçado é que o pessoal na rua fica indignado, se sentindo “preso per il culo”, principalmente porque o canone, que sempre foi caro, aumenta todo ano: agora custa quase 100 euros anuais. Acho hilário o jeito que os italianos têm de transformar tudo num drama de proporções intergalácticas. Comé que podem levar a sério o que se passa na televisão, principalmente a SBTídica TV italiana? Tô falando sério quando digo que a Itália é o país mais divertido do mundo...
Dario Argento, incompetente del cavolo, MA COME CACCHIO FAI A PRESENTARE AL MONDO UNA CAVOLATA COSI' GROSSA COME "IL CARTAIO"? Che figura di merda! E' il film più brutto e stupido che abbia mai visto in vita mia, una grandissima presa per il culo! Ma che pensi, che la gente è stupida? (sì che lo è, ma cazzo, mica così tanto!) E poi in inglese! Ma che, hai intenzione magari di venderlo all'estero? Con quell'audio del cavolo e il probabile inglese del cavolo degli attori di merda? Al cinema brontolavano tutti in continuazione, ne uscivano tutti incazzati, "osceno, osceno", "mamma mia, che figuraccia". Per carità! Un po' più di rispetto per la gente che va al cinema e ti da da mangiare!
Ecco.
Finalmente to conseguindo assistir às fitas de video que minha mae gravou e me mandou durante esses ultimos meses. Como ela muitas vezes dorme assistindo à TV, tem varios programas pela metade, comercial, coisas estranhas, um pouco de tudo. Muitos Saia Justa (que eu adorei, nunca tinha visto), alguns Os Normais (que achei um porre), alguns Casseta e Planeta, de cujas piadas nao entendo nem a metade por nao saber quem eles estao sacaneando, um E.R. aqui e ali. Hoje, enquanto passava roupa, vi um episodio de Sex and the City, que eu nunca tinha visto. Quer saber? Nao achei isso tudo nao. Muita forçaçao de barra pro meu gosto.
E a conclusao a que cheguei depois de assistir a todos esses programas brasileiros, entrevista com gente na rua, documentarios, etc: COMO O BRASILEIRO E' FEIO, virge maria!!!
Todos esses anos de ruindade capilar e ainda não aprendi que não posso esperar nem 5 minutos pra passar os 1.874,25 cremes e óleos pra cabelo ruim, depois de lavá-lo. Tem que ser pá-pum: tirou a toalha da cabeça, tacou o creme, senão os cabelos se rebelam de modo irreversível. Como hoje. Burra.
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Essa semana meu cachorro bateu 2 records: um de retardamento mental, passando mais ou menos SEIS HORAS sentado dentro do caminhão, na oficina (não dormindo, mas sentado no banco do carona, olhando tudo muito sério), e um outro de, bom, esse também de retardamento mental, dando uma cabeçada no Demo, em um episódio no melhor estilo desenho animado. Diz a lenda que o Ettore havia levado os cachorros pra passear no campo, depois do jantar, como sempre faz (porque se ficar em casa tem que conversar com a mulher, e eles não têm nada a dizer um pro outro). Cada um foi pro seu lado; o tempo passou, Ettore quis ir embora, assobiou chamando os meninos, e veio cada um correndo de uma direção. Nenhum dos dois é muito bom de freio, o que resultou numa colisão frontal-cabeçal que obviamente atordoou só o Demo, porque o Legolas é osso duro de roer e não é uma cabeçadinha básica que consegue derrubá-lo.
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E ontem vimos Last Dawn, penúltimo filme que sobrou pra ver no multi-sala de Perugia aonde vamos sempre, porque não há nenhuma estréia nova há duas semanas (vocês sabem, aqui no interior do Haiti os filmes chegam com muito atraso), e nós já vimos todo o resto, inclusive aquele filme adolescente da Disney com a Jamie Lee Curtis, que aliás está envelhecendo muito dignamente, mas engordou pacas. Em Last Dawn todo mundo fala muito pouco, o que em versão dublada, acreditem, é uma bênção – a dublagem desse filme é particularmente horrível; a coitada da Monica Bellucci (a mulher mais linda do mundo, na minha opinião, e é umbra, aqui de Città di Castello, terra do Massimo e do Samuele, lembram?) ganhou uma dubladora com voz de adolescente idiota. As paisagens são bonitas, o Bruce Willis faz o seu eterno papel de homem iceberg destilador de charme masculino, neguinhos morrem, neguinhos são salvos, blah blah blah.
O último filme da lista é o mais recente Massacre da Serra Elétrica, que eu até gostaria de ver, mas minha companhia lanterneirídica não é muito chegada. Mas o que eu queria mesmo era ver um filme cagaço total. Poucos filmes me dão medo; sou uma menina durona. O último que foi capaz de me dar super hiper mega cagaço foi The Ring. Quequeísso, minha gente? Que filme é esse??? Dormi de luz acesa e tudo! Pé de pato mangalô 3 veis!
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E existe uma grande possibilidade de uma semana de férias na Iugoslávia. Sim, eu sei, é estranho.
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Ando tão cansada ultimamente! Um ano e meio sem voltar pra casa dá cansaço cardíaco; esse ano foi emocionalmente exaustivo; trabalho 7 dias por semana em dois empregos que eu ODEIO para chefes que eu desprezo profundamente, resultando em cansaço físico e mental; me sinto isolada do mundo culto, porque aqui no interior da Guatemala o pessoal é mais bronco que o Chico Bento, e isso dá um cansaço ceLebral; tenho cansaço intestinal porque fiquei tanto tempo comendo pouco que agora o menino tem preguiça e não trabalha mais direito; enfim, estou com as baterias absolutamente arriadas. Queria um mês sem fazer bissolutamente nada, sem falar nada, em nenhuma língua, sem aprender nada, sem explicar nada, sem contar nada, sem responder nada a ninguém, sem sentir frio, sem fazer NADA além de olhar pras estrelas e ver filminhos e ler livrinhos e cozinhar/comer coisas gostosas e descomplicadas (leia-se pipoca e pão de queijo pronto). Pô, Papai Noel, dá um jeito nisso aí, cara...
Deu a louca no pai do Chefe. Se inspirou nas flores que eu trouxe na primeira semana, e que a Martinha substituiu depois por outras cafonérrimas rosas cor de chá, e comprou um monte de plantas. Cheguei ao escritório hoje e achei por um momento que tivesse entrado na floresta da Tijuca, sem brincadeira. Agora atrás de mim, olhando por sobre os meus ombros, há um pinheiro feio. Do lado da minha garrafa de água mineral, entre a fita durex e a bandeja de entrada de documentos, tem um vasinho de flores cor-de-rosa muito bonitinhas, cortesia da Mãe do Chefe, que, aliás, é a cara do Popeye, só que fuma cigarro normal em vez de cachimbo. Em cada uma das extremidades da minha escrivaninha em semi-U há um vasinho de uma planta fofa que dá frutinhas vermelhas. Daqui da minha escrivaninha vejo, bem de frente pra quem chega da escada, encostadas na janela, uma planta alta não identificada e um vaso de copos-de-leite. Em um ângulo da escada, outra plantona. Na sala do Segundo Chefe, que vejo diagonalmente à minha direita, um vaso de antúrios. Sobre o armário baixo da sala de reuniões, bem à minha direita, um vaso de antúrios em cada ponta. Ao lado da máquina de xerox, mais copos-de-leite. No canto fora da sala da Marta e da garota da calça dourada, mais antúrios. Em um canto dentro da sala delas, mais antúrios e, sobre o armário das faturas, uma plantinha rosinha como a minha (rimou!). Na sala do chefe, antúrios e uma outra mini-planta. Detalhe que, fora as mini-plantas, todas as outras são feias, com cara de flor de plástico. Estou adorando esse clima tropical-quase-fake aqui dentro.
São vinte pras cinco e lá fora já está escuro. A neblina deu um tempinho, pelo menos durante o dia, mas o frio chegou de vez. Já não dá mais pra dormir sem o aquecimento ligado. Os Apeninos já estão branquiiinhos, e o Subasio já vestiu o capuz de neve duas vezes semana passada.
Bosta de inverno chato.
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Ando linda esses dias. Ontem ganhei um par de calças da Benetton que gostei muito e, modéstia à parte, ficou ótimo em mim ? coisa miraculosa, porque mesmo tendo emagrecido muito, meus culotes são invencíveis, e poucas coisas no mundo são mais deselegantes que culotes. Como é bom se olhar num espelho de corpo inteiro! Esse negócio de espelho só do peito pra cima vai ficando deprimente com o tempo.
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Vi o filme de Fan Fan de la Toulipe. Delicioso ! Pena que tem aquela mala da Penelope Cruz, com a sua cara de passarinho. Impressionante o que alguns milímetros de pele a menos entre o nariz e a boca não fazem com uma pessoa... Mas o filme é absolutamente delicioso, de verdade.
Ontem fui ver Era Uma Vez no México (é isso mesmo? Porque os tradutores italianos são tão criativos quanto os brasileiros e dão os títulos mais escalafobéticos possíveis aos filmes americanos). Meu humilde parecer:
- Quem escolheu e executou o corte de cabelo do Antonio Banderas merece ir pra fogueira.
- Quem desfigur... quem fez as cirurgias plásticas do Mickey Rourke merece um dedo no olho, e depois ir pra fogueira.
- A Salma Hayek é bonita, apesar do queixão, mas eu continuo detestando belezas do tipo exótico/selvagem/latino/tropical/vulgar.
- Gosto do Johnny Depp. Acho-o um bom ator, além de ter um rosto muito interessante ? gosto particularmente do seu nariz.
- O filme é absolutamente ridículo, excessivamente barulhento, todo o elenco é de uma canastrice ímpar, a trilha sonora fa paura.
- Espanhol não é um idioma, é um aborto linguístico da natureza.
No próximo fim de semana estréia (sim, estréia só agora ? quando eu falo que moro no coração do Zimbabwe não estou exagerando) Procurando Nemo : ))))))
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No mais, acho que não consigo voltar ao Rio pro Natal. Não tem passagem de jeito nenhum, a menos que eu fique quase dois meses no Brasil, o que é absolutamente incompatível com a minha permanência no emprego aqui no escritorio. Então acho que vai rolar só lá pra janeiro... : (
Cineminha básico em Foligno ontem. Básico? São SEIS HORAS DE FILME, divididas em duas sessões de três horas. A próxima é semana que vem. O filme: La Meglio Gioventù. Eu gostei muito, apesar de ser fã declarada de cinema-boboca-americano-carro-que-cai-na-ribanceira-e-explode. Aprendi algumas lições:
. Certos homens ficam melhor com barba.
. TODO ATIVISTA é chato. Todo. Não interessa se a causa é justa ou não. São todos umas malas.
. Psiquiatria é linda nos livros, mas vai encarar os malucos na prática, vai. (Eu já encarei, digo por experiência própria).
Mas realmente, o filme é muito bonito. Os personagens são construídos direitinho, há alguns diálogos brilhantes, algumas (poucas) alfinetadas sutis à risível sociedade italiana. Bonito, bonito. Gostei. Fico muito feliz quando saio do cinema satisfeita.
(claro que o macarrão esperto que eu fiz pro jantar antes do filme pode ter ajudado a deixar tudo mais lindo. Comer bem é um dos grandes prazeres da vida. Fiz tagliatelle/talharim – massa com ovos, por favorrrrr, massa larga sem ovo não tá com nada – “saltato” com uns pedacinhos pequeniniiiinhos de bacon, espinafre, cenoura e pimenta-do-reino moída na hora. Nham nham.)
Vi Hulk ontem. Ridiculo. E se voce viu, nao preciso explicar o porque (circunflexo).
Procurando Nemo soh sai aqui no NATAL! Estou morando no Zimbabwe!