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O tempo tem andado interessante. Neblina e frio de manhã, depois o sol aparece, e à noite esfria um pouco de novo. Pouco, nada de apavorante, nem temos ligado o aquecimento. Tudo muito estranho em termos de novembro, que normalmente já é um mês bem frio. Aproveitamos pra passear a pé depois do almoço, eu e José. Antes eu dava uma volta com o Marco quando tinha uma hora inteira de almoço. Justo agora que ele foi embora eu passei minha turma da hora do almoço pra Christine e fico com uma hora inteira livre. Como todo mundo traz a comida pronta de casa, comemos rapidinho, e depois eu e José vamos dar a nossa voltinha ao longo do rio, batendo papo e reclamando da Itália. Uma diliça! Vamos ver quanto vai durar.

oplá

Então. Não vai rolar Viena porque não há mais passagens de trem. Achei passagens pra Marseille com a Ryan Air, partindo de Roma, a 0,01 euro ida e 0,01 volta – com impostos e tudo sairia por 20 paus por cabeça. Enquanto Mirco convencia Daniele e Une a vir com a gente, uma das passagens aumentou pra 19,99. Antes que aumentasse mais ainda, compramos. Então vai ser assim, o feriado da Madonna vai ser em Marseille. Não sei NADA sobre a cidade e meu guia Lonely Planet é só França central e setentrional. Sendo assim, aceito sugestões e dicas.

ninguém perguntou, mas eu respondo do mesmo jeito

What to Wear: O que couber.
What NOT to Wear: O que não couber.
What to Shoe: Sapato boneca confortável, botas de cano alto, sapatilhas.
What to Bag: Ixi… Uma bolsa carteiro ó-ti-ma da Uncle K, ou a marrom que comprei na Patagônia, ou a carteiro fininha da Fernanda Chies, ou a mochila preta da Animale, ou a baguette jeans da Animale, ou a de avestruz que não lembro mais onde comprei, ou a…
What to Denim: Meus jeans não cabem em mim há anos. Não é tão ruim assim, sempre achei jeans a coisa mais desconfortável do planeta: quentíssimos no verão e gelados no inverno, pesados e limitadores de movimento.
What to E-Bay: Nada.
What to Tee: Camiseta, só pra fazer ginástica.
What to Accessory: No inverno, o de sempre: boinas, cachecóis, luvas. No verão, pouco, no máximo um lencinho no pescoço.
What to Bargain: Nada, não tenho vocação pra pechinchar. Essa parte genética não sobreviveu à passagem do meu bisavô sírio até mim.
What to Jewelry: Adoro. Alterno períodos ouro e períodos prata. Adoro particularmente brincos e pulseiras.
What to Makeup: Lápis e rímel, sempre.
What to Fragrance: Quando não esqueço, Acqua di Giò. No inverno, Allüre de Chanel.
What to Hair: Um verdadeiro arsenal. E nunca, NUN-CA, fica do jeito que eu quero.
What to TV: Lost, CSI, ultimamente Distretto di Polizia.
What to Listen: Marisa Monte, Sexto Círculo.
What to Read: No momento, The Selfish Gene, de Richard Dawkins.
What to Eat: Massa, pão, qualquer coisa com queijo e presunto, iogurte.
What to Drink: Água e as duas melhores bebidas do mundo: suco de laranja e leite com achocolatado em pó. Em restaurantes, vinho.

declaração de amor

É lógico que o correio italiano perdeu a corrida pro correio português.

O CD do meu irmão só chegou hoje. E meu queixo quase caiu.

Primeiro porque o design da Carol ficou muito, MUITO, MUITOOOOOOOO foda. Sabe o que é muito? Então, muito. Não vou botar o link aqui porque fui lá ver e tava fora do ar (aloooooou, Carol).

Segundo porque o CD tá muito, MUITO, MUITOOOOOO bão.

Terceiro porque ver coisas fodas, resultado da mente de gente foda, é sempre muito legal. Porque tipo assim, meu irmão é musicalmente foda (além de fraternalmente). Nem sabia juntar sujeito e predicado direito e já fazia letras de música. Tô falando sério, não era coisa de criança que fazia baaaah baaaah buuuh; eram a mesma melodia e as mesmas letras repetidas sempre, ou seja, era música, amiguinhos. Destruiu todas as canetas da casa batucando nas bordas das mesas. O fodismo foi se desenvolvendo e hoje olha lá o menino tocando feito gente grande! Mudou o instrumento, mas o conceito é o mesmo, vocês entendem.

E tem o Werther, que é amigo do Tuco desde os tempos do Pedro Sá. Conheço desde sempre o Vérti. Garoto nota dez.

E Werther encontrou sua significant other, a Carol, que conheci quando já estava morando aqui mas de quem gostei imediatamente. Menina divertida e descolada que ainda por cima está designando como poucas.

O Mano conheço menos porque ele fala pouco, e os os outros meninos da banda eu não conheço, mas se estão lá é porque são fodas também.

E tem o Brunão, lógico, que também é foda.

E então acabei de decidir que meu sonho platônico é nascer de novo, com uma voz muito foda pra cantar no disco de ouro do Sexto Círculo. Pronto.

P.S.: Esse post sentimento-musical vai pra Marina. Queima, desgraçado! ; )

giovanni de novo

Moreno viciou mesmo na cozinha do Giovanni, aquele lá na casa do chapéu. Daniele e a coreana muda acabaram não indo, então éramos só eu e Mirco, Moreno e Marta, e o irmão do Moreno, outro Mirco, pra quem aliás já dei aula de inglês, a mulher, Silvia, e o filhinho Davide, de dois anos.

A diferença entre a Silvia e a Michela é gritante. A Michela, além de ser uma pobre idiota, é chata, paranóica, aquele tipo de mãe que acha que o filho é de cristal e qualquer coisa quebra. Imaginem que ela se recusa a jantar em restaurantes mais afastados porque “não quer ficar dando voltas de carro com o garoto” – além de todos os defeitos do interior do Zaire, as pessoas ainda têm essa mania hedionda de não se referir aos filhos pelo nome, mas chamando-os de “o filho” e “a filha”, que em dialeto querem dizer “o garoto” e “a garota”. Silvia não só chama o filho pelo nome, mas com ele não fala em dialeto, e ainda por cima o garoto tem total liberdade. Como é educado, ter liberdade não significa fazer o que der na telha e encher o saco dos outros. Ele desce da cadeira, passeia pelo restaurante enquanto a Silvia o observa de longe, vai até a lareira, olha, volta pra mesa parando pra sorrir pros outros comensais que o cumprimentam. Dá beijo em todos, lembra os nomes de todo mundo, inclusive o meu e o do Mirco, experimenta comidas novas, não faz palhaçada pra chamar a atenção, não fica enlouquecido de pavor se não acha a mãe ou o pai. Foram todos juntos ao banheiro e o pai voltou antes. Quando Davide voltou com a mãe, foi direto abraçar o Moreno e brincar com a Marta. De repente levantou e foi sozinho na direção do banheiro. Silvia, que é espertíssima e muito legal, deduziu que ele não tinha percebido que o Mirco já tava sentado à mesa e tinha ido sair pra procurá-lo no banheiro. Calmíssimo, sem correria, sem choro, sem nada – simplesmente achou que o pai tinha ficado no banheiro e foi lá muito tranqüilamente chamá-lo. Fosse outra criança chata, teria logo aberto o berreiro.

Adoro ver essas coisas. Me dão esperanças pro futuro aqui do Bangladesh.

sabadão

Sabe o que é um dia sem fazer nada? Não fiz nada. Na-da. Coisa boa!

Depois do jantar fomos pra casa do Gianni ver a Roberta, que veio passar o fim de semana aqui no interior do Gabão. Quando ela foi trabalhar na Ferrero, em Torino, eu avisei pro Gianni que no início ela viria toda hora “pra casa”, mas que à medida em que arrumasse a sua vida por lá “casa” passaria a significar Torino, e as visitas aqui no Cambodja ficariam cada vez mais raras. Agora que o estágio foi transformado em contrato a tempo indeterminado, o namorado é novo e o trabalho é sempre mais interessante, a garota só dá as caras aqui uma vez a cada dois meses e olhe lá. Gosto muito da Robi, mas torço muito por ela também, porque é uma garota esperta e boa, e dou a maior força pra ela ficar por lá mesmo e sumir desse buraco.

Mas o lance é que estamos nos programando pra ir a Viena no feriado da Madonna (8 de dezembro), e Robertinha também vai, com o novo namorado. Dicas são bem-vindas.