Arquivo da categoria: a pacaaaa… vinha cantando alegremente, queim, queim..
linques
Cês já leram esses meninos? São bárbaros.
Via Diário de Lisboa, também ótimo.
uia
Tirou as palavras da minha boca. Dá vontade de imprimir todas as fotos e guardar pra mostrar pra italiano bobo que diz que brasileira é linda. Pobre nunca é lindo. Pobreza, infelicidade, ignorância, dificuldades, doença, tudo isso enfeia. Feio que tem filho com feio acaba perpetuando o feio. E aí resulta na Miss Sergipe.
A Fernanda só não falou dos nomes das meninas, bizarros, cheios de kás, ipsilons, dáblius; nomes inventados, nomes pseudo-estrangeiros, nomes de personagens de novela. Tristeza, viu.
faz-me rir
No coração da fé católica do mundo, a peregrinação resultou, é lógico, em especulação. Em Roma tem gente vendendo garrafinha de água mineral a 5,00. O cafezinho dobrou de preço. Os sanduíches estão pela hora da morte.
Isso é que atitude cristã. Gostei de ver.
que porre
Tem gente que parece que veio ao mundo só pra encher o saco dos outros, ainda que indiretamente.
A Suely Maria nunca me encheu o saco pessoalmente, embora às vezes escute Adriana Calcanhoto nas alturas. Mas o cafet… opa, o companheiro é aquele que fuma no elevador e ocupa duas vagas inteiras quando estaciona. E ontem mais um ser que gravita ao redor dela veio me torrar, pela segunda vez. Uma amiga, nordestina tão baixinha que mal se via na tela do videofone. Eu tava me preparando pra sair de casa pra dar aula, com a cabeça ainda na tradução que fiz durante a tarde, e o téééééém do interfone me deu um susto danado. Como não tava esperando ninguém, porque o hominho da máquina de lavar tinha vindo logo depois do almoço, não respondi, fiquei olhando pra ver se reconhecia. A pessoa tocou de novo, olhei melhor e vi um pedaço de óculos. Pensei que fosse a FeRnanda, embora ela, como pessoa educada, sempre ligue antes de passar aqui. Tirei o interfone do gancho e respondi em italiano: pronto? A criatura respondeu em português: vim visitar uma amiga. Quem é a sua amiga? Suely Maria. Caralhos estrelados, pensei, então por que é que você vem tocar o MEU interfone? Não é aqui não, minha senhora. Então dá pra senhora abrir pra mim por favor? Abri de muita má vontade e bati o interfone no gancho, extremamente irritada. É a segunda vez que essa anta toca aqui em casa. Na próxima vez não vou abrir. Se a Suely Maria até hoje não botou o nomezinho no interfone lá embaixo e se a retardada da amiga é incapaz de decorar em qual posição fica o botão dela, não é culpa minha. Tem cabimento uma coisa dessas?
Agora me diz por que meus vizinhos ou são mortos ou são incomodativos assim. Não podia ser alguém tipo a Vera Lúcia, que mora em Ripa também, e ensina literatura em Lecce e está quase sendo expulsa de casa pelos zilhões de livros que tem e o marido é um amor e fala português direitinho? Não podia ser, sei lá, tipo a Pamela, lá da escola, que embora tenha estudado espanhol na faculdade de Letras é uma menina legal e interessante? Não podia ser, deixa eu ver, um casal de arquitetos gays chiquérrimos e engraçados e gourmets? Não, jacaré. Fui cair no mesmo andar de SUELY MARIA. Como diz a Syrléa, devo ter tomado muita pinga no Santo Graal mesmo pra merecer uma coisa dessas.
:))))))
Olha que coisa bubú que os Três Mosqueteiros me mandaram por e-mail hoje:
Dear Leticia,
It’s a very big pleasure for us to have a teacher, like you, for the second
half of the course. You are a very good teacher but you are a very good
person too.
We sincerely love you.
See you soon,
XXXXX
Vou entupir todo mundo de alfajor quando voltar.
afe!
Sabe uma coisa que me irrita imensamente? Gente/empresa/qualquer um que disponibiliza e-mail mas não responde.
Mandei um e-mail pro hotel em Foz perguntando se tinha algum problema dar o endereço deles pra entregar umas coisas que pretendo comprar pelo Submarino pra trazer pra cá. Jacaré respondeu? Nem eles. Eu acho muito, mas MUITO grave um HOTEL, of all things, ter um endereço de e-mail disponível no site mas não responder às mensagens que chegam. Sou eu que tô ficando maluca? Eu acho que não.
basta!
Quando saímos da casa da Roberta, irmã do Gianni, ontem à noite, o termômetro do carro marcava 4° C. Não aguento mais esse frio chato! Non ce la faccio più! No ‘ie la fo’ più!
Paramos pra visitar o Leguinho na volta e encontramos o Leo soterrado embaixo de mil cobertores, Demo descoberto porque afinal de contas ele é peludo pra isso mesmo, e Leguinho todo encolhido no seu cantinho. Amarrei um suéter velho de lã no pescoço dele, outro na cintura, pra cobrir as costas, dei boa noite e voltamos pra casa.
Só me restou terminar The Old Man and the Sea, que é uma delícia, e começar The Curious Incident of the Dog in the Night-Time, que é outra delícia. E acordei hoje pensando em quanto fui idiota de não ter botado o ficus pra dentro de casa. Com esse frio, ele morreu, acho. Os cravos estão florescendo numa boa, o cactus vai bem, obrigado, as tulipas devagarzinho vão se manifestando. Mas o ficus morreu, e essa realmente me deixou triste.
cicogna
Tá uma engravidação generalizada ultimamente. Primeiro foi a Ane, depois a Carola; no fim de semana recebemos a notícia de que Marco e Michela, nossos companheiros de sagra do ganso, da cebola, do aspargo etc, também estão in dolce attesa. Gianni e Chiara andaram jogando um papo pra cima da cegonha e torcem pra serem presenteados esse ano. Só falta a FeRnanda, que acho que só não engravidou ainda porque não consegue pensar em outra coisa além de engravidar.
Falando em FeRnanda, sábado tem festchenha de aniversário dela em Ripa. E ontem, bem no meio do FotR, que passou no Canale 5, ligaram pra nos convidar pra um jantar gay na quinta. Aniversário do Franco Romano, que é uma figuraça. Estranhamente, esse ano o balacobaco não vai ser em restaurante chinês. De qualquer maneira vai ser ótimo; não vemos esse pessoal há muito tempo e eu já tava ficando nostálgica.
ARGH
Domingo é dia de almoçar na sogra, então lá vamos nos comer pasta fatta in casa e bichos estranhos grelhados na brasa da lareira hoje eram puntarelle di maiale, costelinham de porco, que eu acho trabalho demais pra pouca carne e sempre ignoro solenemente.
Enquanto estávamos dando uma geral na cozinha, chega o Salame-Mor do tio do Mirco com seu filho (…), o chatinho com cara de albanês. Chatinho é pouco. E além de chatinho é burrinho tem quase quatro anos e ainda fala numa língua que só ele entende, e não compreende coisas óbvias que a gente lhe repete vinte vezes. Eu com essa idade praticamente já sabia ler, mas tudo bem, eu sou mesmo um fenômeno e estatisticamente não conto. E além de chatinho é mal educado, e eu tenho muito medo desse menino quando crescer. Até porque a mãe é maluca, maluca mesmo, em uso de psicotrópicos, história de internação psiquiátrica, acompanhamento pelo Centro de Saúde Mental da cidade, uso do filho como escudo quando é ameaçada, e outras coisas legais desse tipo.
O problema é que é difícil evitar a falta de educação e a idiotice eterna. Olhem que exemplo brilhante de maravilhosa pedagogia infantil:
Legolas está deitado embaixo da mesa da cozinha, exausto, dormindo e roncando, depois de muita brincadeira nos campos em torno da casa. O Chatinho, sentado numa cadeira, começa a cutucar uma pata do Legolas com o pé. Normal, criança é assim mesmo, mas tem que ser corrigida. Aí vem o Salame-Mor:
– Não faz isso que ele te morde.
Aí a Arianna completa a asneira:
– Cê já viu como os dentes dele são grandes? Ele arranca o teu pé fora, hein?
Aí eu começo a me irritar, e dou uma explicação decente:
– Chatinho, olha só, os cachorros aqui de casa são todos muito bonzinhos e bobocas, e praticamente nunca vão te morder, por mais que você encha o saco deles. Mas se você fizer isso com um cachorro que não te conhece, ele pode se irritar e te machucar, mesmo sem querer.
Arianna repete:
– Pois é, Chatinho, olha só que dentão que ele tem.
Finjo que não ouvi e continuo, quase rosnando:
– Além do mais, Chatinho, se você estivesse dormindo numa boa e alguém viesse cutucar o teu pé, você acharia legal?
Chatinho faz que não com a cabeça.
– Então por que é que você faz isso com o cachorro? Se você não gosta de ter seu pé cutucado enquanto dorme, provavelmente o cachorro também não gosta. Ele tem tanto direito de dormir em paz quando você. Se você se comportar bem com os outros, com os bichos, com as plantas, todo mundo também vai se comportar melhor com você (olha o otimismo da garota).
O Salame-Mor continua:
– Viu, Chatinho, cuidado, hein, senão ele te morde.
Peguei meu casaco e fui esperar o Mirco lá fora, antes que me viessem ganas de matar alguém.